O significado de ser imortal.
Todos
nós somos seres sociais, por isso procuramos conviver com pessoas. Formamos grupos, associações, clubes, onde
podemos ser sujeitos e reconhecer a subjetividade dos nossos pares.
Geralmente
esses grupos sociais são formados por pessoas que pensam muito parecido, que
comungam de um mesmo ideal e, cada um, a seu modo, imprime nesse grupo sua
marca e sua atuação. Já fiz parte de muitos grupos de trabalho voluntário e,
creio, esse trabalho interfere na qualidade de vida de toda a sociedade.
Desde
o ano de dois mil e dez faço parte de uma organização para a qual fui eleita.
Refiro-me à Academia Passo-Fundense de Letras, entidade que completa setenta e
cinco anos de existência neste mês de abril e já foi palco de grandes feitos,
que interferiram fortemente para o desenvolvimento de Passo Fundo e, lógico, da
região.
Esse
grupo de acadêmicos não é um grupo social como os outros dos quais fiz parte,
na medida em que é um grupo heterogêneo, de pensamento plural, de livres pensadores.
Temos interesses diversos, atividades as mais variadas, representantes de
muitas linhas filosóficas e religiosas. Somos confrades que, mesmo tão diferentes
uns dos outros, trabalhamos para um objetivo comum, que é o de divulgar a
cultura, preservar e estimular o correto uso da língua portuguesa, contribuir
com nossa produção intelectual para enriquecer o acervo do pensamento
universal. Somos um grupo que atua de forma contundente nos ambientes em que
estamos inseridos.
Desde
meu ingresso na Academia tenho aprendido com todas as atividades que ajudo a
desenvolver. Sinto-me cada vez mais preparada para desenvolver um trabalho de
qualidade, estimulada que sou pelo ambiente de muito trabalho e de muita
solidariedade.
Desde o
início, percebi que estava entrando em algo de uma grandiosidade da qual não
suspeitava. Vivi a concretização de projetos que não ficaram no papel, mas
foram desenvolvidos um a um e proporcionaram à nossa sociedade momentos ricos
em cultura, em arte, em respeito profundo ao pensamento que nos antecedeu, mas
reconhecendo e estimulando o pensamento que nasce.
Vi o
agigantamento da vontade de acolher a juventude, de conhecer suas ideias, de
vê-los reconhecer em si, qualidades insuspeitadas. Os jovens a que me refiro
engajaram-se a projetos de literatura, quando leram, escreveram, estudaram,
produziram e entraram pela enorme porta da Academia Passo-Fundense de Letras,
como autores.
Estou
gratificada por fazer parte do sodalício, por ter amigos queridos que me
desafiam todos os dias e orgulho-me da contribuição que estamos dando para o
refinamento da vida cultural da nossa cidade. Agradeço a minha querida Marilise
que, com muita propriedade diz que ser imortal, ser acadêmico, não é um título,
mas é uma função. E que função!
Publicado no Diário da Manhã no dia 19/04/2013
Publicado no Diário da Manhã no dia 19/04/2013