terça-feira, 26 de novembro de 2013

Este filme é uma das coisas mais linda que já vi.

http://www.youtube.com/watch?v=Klx8UBMRrMA&hd=1

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Dificuldades com críticas

Acho que tenho dificuldades com críticas, não aquelas educadas, que tendem a me marcar pela lógica e pelo conhecimento melhor do que o meu. Agora, críticas grosseiras, desrespeitosas e cruéis, essas são pra matar. 
Vejo nitidamente quando alguém está sendo tomado pela soberba, juro! Depois da soberba vem a megalomania e aí está tudo perdido. Essa pessoa incomoda, fala mal dos outros, enumera suas qualidades, conta com números suas vitórias, mesmo que sejam imaginárias. Geralmente o megalomaníaco não se importa com a opinião dos outros e nem pensa em poupar ninguém das suas críticas, isso quando ainda vê os outros. 
Tenho horror aos toscos, aos mal educados, aos grosseiros, aos sabe-tudo. Abomino quem não tem delicadeza no trato com as pessoas. Detesto quem denigre e desprestigia o trabalho dos outros. Não suporto quem não escuta por já saber melhor o que o outro está contando. 
Hoje estou num mau dia, por que tive uma má noite. 
Estou tentando lembrar só dos que me animam e respeitam. Que coisa! Dizem que quem faz os outros sofrer, sofre muito e o que ele faz é o que está transbordando de si.  

Um encontro e tanto!
                Encarregaram-me de organizar o encontro da Turma de Formandos do Instituto Educacional de 1968. Era a minha turma formada por trinta e oito pessoas. Compareceram ao encontro quinze deles, só!
                Começamos a façanha por uma conversa entre o Zilmar Gabriel e eu, falando da saudade que sentíamos. Daí a organizar tudo foi um passo! A dificuldade foi lidar com a resistência dos sessentões em aderir à internet. Primeiro procuramos pelos nomes nas redes sociais, onde encontramos principalmente as meninas e alguns meninos. Trocamos fotos de uma forma impensada há alguns anos, em uma velocidade incrível. Alguns custaram a acreditar.
                O desejo de realizar o encontro estava instalado. Passamos a procurar os que não constavam das redes sociais e, aos poucos, as pessoas foram aparecendo. De muitos lugares do Brasil. Encontramos colegas doentes, outros soubemos mortos, outros não se interessaram, mas os que alcançamos, esses sim, aceitaram com entusiasmo. Criamos uma página secreta no facebook, só para a turma, onde combinamos tudo, tudo.
                Encontrar locais para conversarmos foi coisa rápida também. Encontramo-nos em um bar à noite e em um sítio no outro dia.
                Fomos o Domingos e eu bem mais cedo ao bar e, confesso, eu temia não reconhecer os colegas que não via há 45 anos. Aí concluímos que a gente procuraria por cabelos brancos, bengalas e afins. Eis que começaram a surgir os sexagenários e alguns septuagenários. As meninas todas lindas, lépidas, sorrindo e mostrando uma jovialidade maravilhosa. Os meninos todos senhores fortes, saudáveis, alguns meio barrigudos, mas todos muito bem postos. Não lembro de ver alguém dizer que não podia comer e beber isso ou aquilo. Todos perfeitamente bem. 
                Logo a algazarra estava formada. Os garçons olhavam para mim em desespero, por que os meus amigos não saíam do corredor e as amigas não falavam baixo de jeito nenhum. Aos poucos fomos nos acalmando e pude olhar por cima da mesa e reconhecer uma por uma daquelas fisionomias. Trocamos fotos, flâmulas, bíblias autografadas pelo professor Otto Gustavo Otto, convites originais de formatura.
                O que me emocionou foi constatar que fomos uma juventude que amadureceu muito cedo, que trabalhou muito, conquistou tudo com dificuldade, conseguiu filhos e filhas muito bem sucedidos e está envelhecendo com qualidade graças à tecnologia, que conserta algumas coisinhas  que o tempo teima em estragar em nós.

                A despedida foi feita de promessas de um novo dia como aquele, dessa vez mais pretencioso. Escolhemos uma praia e já estamos providenciando as sungas e biquínis. Trocamos algumas dicas de emagrecimento rápido também. Mas vamos perguntar ao geriatra se pode. 

sábado, 2 de novembro de 2013

Texto publicado hoje em O Nacional

O pai está ocupando a sala da frente, até que enfim!

                No quesito criar filhos, a mãe era naturalmente a protagonista. O pai, provedor, ocupava uma posição secundária, já que homem não amamenta, não tem jeito para segurar alguém tão frágil, precisa descansar, é quem traz comida pra casa. O enredo descrito não está muito, muito lá no passado. Os mais velhos lembram bem de como era necessário cuidar do pai, temer o pai, deixá-lo quieto lá no lugar mais sossegado da casa. Comia-se quando o pai chegava, nem antes, nem depois.
                Estamos assistindo ao nascimento da ternura no coração dos pais daqueles tempos pra cá. Ou será que não é o nascimento, mas está-se dando luzes à ternura no coração deles? Ou as mães estão permitindo o escancaramento da ternura dos pais? Ou os pais estão deixando de lado a vergonha de parecerem piegas, e querem assumir-se como também amorosos?
                O certo é que vivemos uma nova ordem, bem mais bonita. Na edição de 26/10 de ZH, Ticiano Osório conta a trajetória da sua família nos cinquenta e um dias de internação da filha prematura, Aurora. Ele participou ativamente do processo de sucessivos ganhos de peso, de evolução evidente de um quadro perigoso para a normalidade e do susto em levá-la finalmente para casa, com tudo o que isso traz de alegrias e responsabilidades. Piangers, que tem orgulho de ser paizão, escreve em sua coluna sobre o que ele faz no afã de fazer a filha Aurora (outra Aurora) dar gargalhadas, já que ele não entende a vida sem elas. Seu relato da correria dos dois pela casa, Aurora sem fraldas, do xixi no meio da sala, das gargalhadas que isso provoca, deixa qualquer um comovido.
                Pois bem, o fato é que o pai foi alçado a protagonista ou ele alçou-se a esse novo patamar. Ele não é absolutamente um coadjuvante, não mais! Ele cria junto com a mãe e é feliz como ela sempre foi, por que finalmente faz tudo aquilo de apaixonante reservado às mães, que mordem, beijam, apertam, acariciam, cheiram, amam desmedidamente. As mães têm agora um competidor à altura pelos barulhinhos, risadinhas, colos e sonecas a dois, que elas estão encantadas e precisadas de compartilhar.

                Frequentem então a sala da frente da vida, pais, por que este é o lugar que sempre lhes foi reservado, mas agora vocês resolveram ocupar maciçamente. Parabéns aos filhos, por que a chance de serem felizes aumentou.