terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Formatura do Gustavo




No dia 18 o Gustavo foi o único formando em canto da Faculdade de Artes e Comunicação da UPF. A formatura de Musica tinha sete formandos, porém só ele em canto. Foi lindo e emocionante, por que artistas sempre fazem algo diferente. Além de uma cerimônia de colação de grau bem formal e bonita, o orador Raimundo, um nordestino intelectual e filósofo brindou a assistência com um maravilhoso discurso, assim como o paraninfo Dr Gerson Luis Trombetta. Agora, ouvir o Gustavo e sua colega Aline cantarem Como os Nossos Pais, acompanhados pelos colegas todos em instrumentos, foi o máximo. Foi a primeira formatura em Música de que participei e poder abraçar meu sobrinho querido por ter feito uma opção tão linda, foi algo de gostei muito.


No dia seguinte, no Salão do Júri do Fórum de Passo Fundo, aconteceu o Recital de Formatura de Gustavo Benetti - Barítono. Reproduzo alguns aspectos do folder do recital:


"Gustavo Benetti, 27 anos, é natural de Porto Alegre. É filho de Ermes Antonio Benetti e Isabel Frosi Benetti e está se formando Bacharel em Canto no curso de Música da Universidade de Passo Fundo (2005-2008), sob orientação do professor José Carlos A. Gheller.


Iniciou o estudo de canto lírico em 2005. Tem voz de barítono e interpreta preferencialmente repertório de canção contemporânea, lieder, ópera e música barroca. Já realizou recitais em Passo Fundo (RS), Curitiba (PR) e Santa Fé (Argentina). Durante o curso de Música, foi bolsista do grupo de teatro Viramundos, trabalhando preparação vocal e assistência de produção musical. Como monitor, atuou nas disciplinas de Percepção Musical, sob orientação do professor João Geraldo Segala Moreira.


Dentre seus estudos de técnica, teve aulas com o tenor Omar Fontana (Argentina) e o barítono Carlos Rodriguez (Porto Alegre). Além dos estudos regulares, cursou workshops com Robert Holl (baixo), Marília Vargas (soprano), Denise Sartori (mezzo-soprano) e Ângela Barra (soprano)." João Vicente Ribas


Programa: Schumann - Dichterliebe, op. 48 - acompanhado ao piano por Aline Bouvié

Ravel - Don Quichotte a Dulcineé - acompanhado ao piano por Diego Granza

Verdi - La Traviata

Wagner - Tannhäuser

Donizetti - Don Pasquale - acompanhado ao piano por Gleison Juliano Wajciekoeski


Ficha Técnica:
Direção Musical - Gustavo Benetti


Direção Artística - Guto Pasini


Direção Executiva - Carlinhos Tabajara


Técnico de Áudio - Luis André Nunes


Câmera e Fotografia - Diogo Zanatta



Todos ficamos encantados e impressionados com a voz do Gustavo, com sua presença cênica capaz de transmitir a dramaticidade do que cantava e pelo clima de respeito e amizade que reinou durante todo o evento.


O que se seguiu na casa dele foi o coroamento de tudo. A piscina estava rodeada de amigos, parentes e por que não dizer, de admiradores. Foi-nos oferecido um enorme barril de shopp salgadinhos e doces deliciosos e aproveitamos muito, muito, muito tudo o que nos foi oferecido. Resta-nos agradecer por tanta beleza, alegria e talento e desejar que sua carreira seja meteórica. Estou achando que Passo Fundo pode ser sua sede, mas que o mundo o chama... Parabéns Gugu


A foto maior é do Recital em Curitiba
A foto menor é do Recital de formatura no Salão do Júri do Fórum de Passo Fundo



quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Violência inata


Nascemos com um potencial violento, mas vamos burilando esse potencial conforme somos cuidados por nossos pais, conforme vamos entrando em contato com o mundo. Há muitos estudos, muitas pesquisas que tratam desse assunto tão importante e que tem a ver com nosso processo evolutivo. Minha trajetória nos últimos anos tem um norte: ajudar pais e educadores a melhor cuidarem de suas crianças, para que a pacificação que tanto almejamos se concretize. Percebe-se que, quando as pessoas falam sobre paz, o fazem pensando que ela deve ser promovida pelos outros, esquecendo-se que com nossas atitudes, as mais simples, conseguimos influir na vida de todos, e, exagerando, na vida de todo mundo, e, exagerando mais, de todo o planeta. Fico muito triste quando sou alvo de agressão, isso me derruba e provoca uma desesperança, para logo em seguida pensar em quanto já agredi sem perceber, sem me dar conta. A pior agressão é aquela deliberada, que acontece por pura intenção e é fruto de planejamento minucioso, para que a ferida provocada seja dolorosa. Há feridas que já foram abertas há tempo e que, com muito custo foram curadas, mas os agressores covardes primam por reabrí-las, numa demonstração de que estão em um estágio evolutivo muito rudimentar, próximo ao estado instintivo. Triste encontrar esse tipo de pessoa cruel e insensível, que finge muito bem, mas que esconde seu potencial violento para colocá-lo para fora ao menor movimento de quem não lhe agrada, ou de quem o contraria. Às vezes, não dá tempo de reparar os estragos causados, assim como, às vezes, o agressor passa a ser alvo de revide, mas, acredito que o pior seja conviver com o monstro interior, aquele que se agiganta e destrói por dentro seu hospedeiro, tornando-o infeliz e só. Eu hein! Quero mais é ser feliz e aproveitar a vida sem ter inveja de ninguém. Isso sim é que é bom!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Mesa grande, poucas pessoas


Aconteceu-nos ontem algo inusitado: almoçamos só nós dois, o Domingos e eu. Estamos acostumados a esperar pelos filhos para almoçar no domingo, e como sempre, ontem, preparamos o almoço para quase todos. Sabíamos que alguns estariam viajando, mas a maioria encontrava-se na cidade. Pois, eis que, aos poucos, ficamos sabendo que, um por um dos filhos que nos restaram, haviam assumido outros compromissos e um estava desaparecido com sua mulher. Soubemos hoje que o desaparecimento foi proposital por causa do alto grau de cansaço dos dois, motivo pelo qual resolveram dormir ao invés de comer. Almoçamos nosso delicioso churrasco, os dois, e confesso, senti várias coisas ao mesmo tempo, todas não compartilhadas pelo Domingos, capaz que é de tirar de letra essas situações. Primeiro senti um certo ressentimento por não nos terem prevenido que não viriam, em seguida senti um estranhamento por ocuparmos uma mesa tão grande, no domingo, só os dois, e, por último, fiquei satisfeita por saber que, nós dois, mesmo com quase 40 anos juntos, ainda temos prazer em conversar, ainda temos assunto e, melhor, sabemos que todos os filhos estão bem e felizes, vivendo suas vidas independentemente das nossas, cada vez com mais autonomia. Mas, que vez ou outra senti uma pontinha de tristeza, isso senti. Não consigo ser cuca fresca como esse meu tranquilo marido!

Nossa mesa da sala de jantar é algo sólido, de madeira e já nos acompanha há muitos anos. Ela representa um lugar para onde todos sempre convergiremos. Espero que aos poucos se torne pequena para tanta gente, fato que já verificamos em algumas ocasiões, mas, espero também, que nunca seja grande demais para nós dois. Estamos cuidando para que nossos assuntos nunca se esgotem, para que o prazer que sentimos em estar juntos se mantenha com o passar do tempo e que nossa felicidade sirva de exemplo para as mesas grandes ou pequenas nas famílias dos nossos filhos e filhas.

Podemos melhorar, sim!



Em recente pesquisa do curso de Enfermagem da Universidade de Passo Fundo, constatou-se que as crianças vítimas de violência são agredidas pelos pais, na sua maioria. Isso deve reacender as discussões acerca dos limites que os pais devem se impor quanto a métodos educativos. Não pode mais ser tolerada, e isso a pesquisa também traz, a prática de bater nas crianças com o intuito de educá-las.
O bullying, isto é, aquela forma comum de rir, de ridicularizar, de debochar e até de torturar fisicamente alguém em situação vulnerável, já foi considerado prática normal, chegando-se a pensar que as vítimas teriam assim, oportunidade para aprender a se defender. A intimidação, a ofensa, a agressão contra amiguinhos e contra colegas já vitimizaram demasiado crianças e adolescentes. Sabe-se, e Moacyr Scliar esclarece muito bem em ZH de sábado (13/12/08), que o bullying faz mal a quem o pratica e a quem é alvo dele.
O tapa pedagógico, assim como o bullying carregam em si algo perigoso, que é a sutileza da fronteira entre o que seja uma prática consagrada através dos séculos e que pretendia-se fosse algo inofensivo, e a violência. Tanto uma prática, quanto outra, não dá garantias de que se vá parar no limite do razoável. Todos conhecemos histórias que acabaram muito mal por causa da ultrapassagem dessa fronteira. Aliás, fronteira e limite vem a ser a mesma coisa, por isso, educar para impor limites não funciona. Estaremos sempre à beira do precipício, sempre no limite, sem oportunidade de exercitarmos o amor que educa muito mais e que implementa os valores universais. E não se diga que bater é ato de amor e com mais força do que uma conversa séria, onde o diálogo seja exercitado de forma verdadeira, onde se ouve e se fala, dos dois lados.
Não é mais possível educar sem que haja essa troca dialética, onde todos depõem as armas para ouvir o outro e levar em consideração o que ele tem a dizer. Também aprendemos uns com os outros pela força do que somos, pelo que representamos. Ao respeitarmos o ritmo do outro, sua maneira de ser, sua forma de viver, estaremos mostrando ao mundo que não há necessidade de causar dor e constrangimento, mas que estamos antenados com os novos ares que nos carregam a uma situação evolutiva nova e bem mais bonita. Essa caminhada para o novo é inexorável e nos cabe entrar nela o mais rápido possível, para que muito sofrimento seja evitado.
Devemos comemorar a realização das pesquisas acadêmicas. Elas são fruto de muito estudo, de observação minuciosa do comportamento humano, de análises de como fomos, de como estamos sendo e das perspectivas de futuro. Devemos comemorar também, por que, nas projeções das pesquisas há essa melhora inexorável da nossa condição de seres racionais e livres. Essas projeções nos enchem de esperanças de que, com o tempo, sejamos capazes de abandonar o que nos prejudica e o que nos afasta do amor de verdade.
Enfim, para que consigamos refletir sobre algo tão sério, vale a pena lembrar a pergunta de Moacyr Scliar, que, de tão boa, merece ser repetida: “Afinal, o ser humano pode ou não melhorar?”
Publicado no Diário da Manhã de 16/12/2008
Publicado em Zero Hora de 18/12/2008

domingo, 7 de dezembro de 2008

Escola de Pais de Carazinho


Festejamos hoje em Carazinho mais um ano de atividades, aliás, quantas atividades! Os associados mostraram em vídeo os momentos mais marcantes e um deles foi a carreata organizada e realizada para marcar o primeiro ano da EP de lá. O que chama atenção é a competência com que estão levando os trabalhos, marcando presença expressiva nas atividades do município e realizando o trabalho fim da EP que são círculos de debates nas escolas. Ficou claro também, que graças ao exemplo que estão dando, a região será ampliada em breve e Não Me Toque terá uma escola organizada e atuante. O Domingos e eu ficamos muito orgulhosos da Escola de Pais de Carazinho e voltamos animados com a possibilidade de realizar um Curso de Aprofundamento e Treinamento em Não Me Toque no semestre que vem. Voltamos pelas prainhas de Ernestina, a fim de participar da festa de encerramento do ano na nossa EP de Passo Fundo. Comemoramos um ano de atividades freneticas, com a realização de 7 ciclos de debates, um CAT e participação em atividades marcantes na nossa cidade. Começamos também o processo de transição da presidência da escola. Estão deixando de presidir o João e a Marlene para que assumam Darlei e Lilia. Sabemos que será uma gestão tranquila, já que costumamos trabalhar em equipe, com respeito e carinho, marca que conseguimos imprimir à nossa organização, de norte a sul. Nos despedimos de uma gestão em que João e Marlene coordenaram os trabalhos por quatro anos. Sabemos que estão felizes por passarem para um novo casal um exemplo de probidade, trabalho e competência. Hoje dormimos felizes, por sabermos que contribuimos, todos nós, para que as crianças e os adolescentes fossem melhor cuidados por mais um ano. No ano que vem estaremos a postos para fazer a diferença, do nosso jeito, com nosso método e com todo o amor que, sabemos, é o remédio para todos os males. Ufa! Trabalhar tanto e tão bem dá um sentimento de plenitude, dá uma felicidade difícil de explicar.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Mordaça para Lula


Alguém deveria sugerir que Lula usasse uma mordaça em dias em que estivesse mais efusivo e falante. Explico: as declarações escatológicas dele ontem ao falar sobre a crise que se abate também sobre o Brasil, foram pra matar! Gosto dele e acho que merece os atuais setenta por cento de aprovação, mas alguém tem que calá-lo às vezes.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

DOAÇÃO INTELIGENTE É ISSO


São muitas a festividades que marcam a passagem do Natal e do Ano Novo, transformando dezembro em um mês ao mesmo tempo alegre e pesado. Essas festas minimizam em parte aquela pontinha de depressão que nos acomete nesta época, via de regra, mas podem também tornar-se fonte de problemas das mais variadas formas.
Pois, em Passo Fundo, há dois finais de ano, acontece a Cantata Natalina, iniciativa do Colégio Notre Dame e que na sua segunda versão já conta com milhares de participantes e parceiros. A primeira apresentação deste ano deu-se na sexta-feira à noite.
Esperava-se que se repetisse o espetáculo do ano passado e o que se viu foi algo mais lindo ainda com uma novidade comovente: foi anunciado que a queima de fogos de artifício estaria suspensa, para que o dinheiro destinado a ela fosse doado às vítimas das enchentes de Santa Catarina. Iniciativa linda, não?
E quem não gosta de ver fogos de artifício? Eles são usados como comemoração em todo o mundo, faz muito tempo. Em Copacabana no Rio de Janeiro, chegou-se a queimar 1 milhão e 800 mil reais em fogos, no reveillon de 2007. A Olimpíada de Pequim usou esse artifício para criar cenários mágicos e fantásticos, isso só pra registrar fatos marcantes e recentes. Estamos acostumados com isso.
Mas, tanta beleza tem seu lado cruel na medida em que fere os ouvidos dos animais, espanta os passarinhos e até os mata, incomoda bebês e idosos, interrompe o descanso de doentes. Não representam uma diversão totalmente inocente, é só procurar um pouquinho para ouvir as queixas. Agora, comemorar com foguetes, aqueles que só fazem barulho e costumam machucar as pessoas é o fim da picada, não? A prática de comemorar com foguetório é algo estupidamente predatório, pois, além de não oferecer beleza nenhuma, faz um barulho ensurdecedor e carrega em si material letal. Todos conhecemos histórias macabras, já vimos fotos de mutilações e até de mortes causadas por acidentes bem freqüentes.
Analisando tudo isso, é ou não é uma iniciativa inteligente que os organizadores da Cantata Natalina tiveram? Há muitas conseqüências advindas de um ato desses. O dinheiro que Santa Catarina irá receber é somente uma delas. O exemplo que tal iniciativa dá é a maior conseqüência, pois pode ser que aconteça em cadeia e mais e mais pessoas deixem os fogos de lado.
Devemos acreditar que estamos melhorando e que neste Natal e Ano Novo teremos infinitamente menos pessoas mutiladas, menos cães em sofrimento, menos passarinhos desorientados e mortos, menos barulho ensurdecedor e mais amor, mais abraços e beijos, mais música, mais civilização. E, melhor, haverá mais Natal para quem perdeu tudo nas enchentes. Bom, muito bom!

Sueli Gehlen Frosi – Associada à Escola de Pais do Brasil
Publicado no Diário da Manha de 05/12/2008

Um dito sacana, mas não vulgar


Olha só: "Sou meio como um mosquito num campo de nudismo; sei o que quero fazer, mas não sei por onde começar", não é bonitinho? Eu gostei e quero postar a frase como exemplo do que considero sacana, mas não vulgar. Meu amigo Ique é um amor e muito inteligente, gosta de criar frases de efeito como a que citei. Ele não é nenhum anjinho de candura, mas está muitíssimo longe de ser inconveniente ou grosseiro, pelo contrário. O que ele provoca com seu humor é riso, simplesmente.