sábado, 17 de setembro de 2011

Núcleo de Justiça Comunitária

Fomos hoje, Domingos e eu, à casa de mediação comunitária, que é Núcleo de Justiça Comunitária do Bairro Zácchia. Lá compareceu o BOE Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar, com o intuito de conversar com a comunidade sobre seu trabalho e sobre polícia pacificadora. Aprendemos muito e ficamos entusiasmados com os novos métodos usados para contenção de pessoas. A tecnologia fornece a esses homens, tidos como violentos, um aparato que conta com uma pistola de paralisação, que alcança o indivíduo, deixa-o desfalecido por cinco segundos, tempo suficiente para que seja algemado ou dominado de alguma outra forma. Outro recurso é o gás de pimenta, usado há bastante tempo de forma a atingir um grande grupo. Porém, agora, cada policial é municiado com um spray menor, que atinge o rosto de um só indivíduo em meio a outras pessoas, não penalizando a todas, como era feito. Outro recurso é o cacetete, muito pouco usado hoje, devido aos recursos anteriores, o que está evitando muita violência. Após isso, todos sabemos dos métodos, dos expedientes arbitrários que, mesmo por parte deles, estão sendo minimizados. Ficamos satisfeitos pela disponibilidade do grupo em responder perguntas, em usar da máxima franqueza, em mostrar os homens que estão por trás da farda. Eu, como sempre, passei meio congelada perto de tantas armas e pus-me a pensar em como ninguém gosta de violência, como todas as pessoas anseiam pela paz, em como há comunidades reféns de bandidos e em como precisamos de medidas de prevenção, mas não podemos negar, de repressão também. A repressão que queremos é a presença da polícia, a confiança nela, o poder chegar e conversar, para dizer o que nos assusta e o que todos podemos fazer para sossegar nossos corações de seres humanos que tanto necessitam viver em paz.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Alegria!

Deve-se deixar as avós falarem sobre seus netos e netas, ou elas definham até morrer. Como sou muito nova para morrer, vou falar do meu netinho recém nascido, cujo nome é Théo (deus da guerra). Meu encantamento por esse menininho vem desde a primeira notícia de sua existência, mas tornou-se algo gigantesco após seu nascimento. Sou tomada de uma alegria tão grande quando o vejo, quando o coloco no colo, quando ele mama, que quase não consigo me conter. A figura da mãe com o bebê mamando, sempre é algo tocante, mas quando se trata de uma filha que amamenta, torna-se um retrato que nos acompanha desde o despertar até dormir de novo. As lembranças que tenho sobre os meus cinco bebês surgem de forma muito viva, todos os dias, é só olhar meu neto louquinho de fome, chorando a plenos pulmões só por que estão trocando suas fraldas e quando, após a mamada, ele faz aquelas gracinhas com a cara mais satisfeita do mundo. Já peguei vários sorrisos dele, juro! Meus bebês eram tão voluntariosos quanto o Théo e todos encontravam calma e sossego no colo do pai, coisa que estou revivendo agora com meu genro, que tem o poder de devolver sossego em meio à choradeira desenfreada. A voz do pai faz com que o bebê reaja de alguma forma bem perceptível e essa reação não acontece com o som da voz ou do toque de ninguém mais, o que é muito significativo. Ontem ele engasgou e foi o primeiro susto que soube que minha filha teve e ela chorou ao contar. Entendi o porquê do choro, já que nós, as mulheres e mães, sabemos o quanto nosso filho é dependente, o quanto somos responsáveis pela vida dele e isso nos assusta e nos enche um sentimento de urgência em acudir, em cuidar, mesmo quando estão dormindo placidamente. Minha filha e meu genro nunca mais serão os mesmos, por que na vida deles há alguém que eles amam acima de tudo, assim como aconteceu conosco, eu e o Domingos, com os outros avós Ivana e Itacir. Sou convicta de que os filhos não nos devem nada e que o amor que eles dão aos filhos deles é que paga de tudo o que investimos em amor, carinho, educação, exemplo e dedicação de uma vida toda. Filhos que foram bem paternados e maternados, têm um potencial enorme de serem ótimos pais. É alegria o que sinto, mas uma alegria enorme e incapaz de ser descrita. Só posso agradecer à vida por tudo...