terça-feira, 5 de maio de 2009

Acessibilidade para todos




Aos poucos incorporamos ao nosso vocabulário palavras que, mesmo não sendo novas ou desconhecidas, vêm carregadas de novos conceitos. Exemplo disso são as palavras portabilidade e acessibilidade. A primeira dá conta de problemas relativos aos aparelhos celulares e a segunda, trata do acesso a prédios, repartições publicas, locais de lazer e de cultura, igrejas, escolas, enfim, locais que interessam a todas as pessoas. Torna a cidade um lugar onde todos podem transitar, o que pressupõe que as ruas e as praças sejam organizadas de tal sorte, que cegos, cadeirantes, engessados, idosos e doentes consigam chegar até o lugar que lhes interessa, com facilidade.
A acessibilidade é um direito de todos e de todas e, sendo um direito, deveria ser respeitado e exigido também por todos. Não deveríamos ter que caminhar de cabeça baixa para cuidar dos buracos, reentrâncias, pedras soltas, rampas para carros, bueiros mais baixos do que a calçada, ou mais altos, armadilhas construídas deliberadamente para dar prioridade a alguma coisa que não seja o ser humano. Os carros são muito melhor tratados do que nós, pois merecem que a calçada seja erguida ou baixada ao bel prazer do seu dono. Há armadilhas em todos os lugares, chegando-se ao cúmulo de, ao construir-se uma rampa, tenha-se que construir degraus para quem passa pela calçada.
O proprietário de um imóvel deve respeitar o plano diretor e a prefeitura deve fiscalizar o que e como o proprietário faz na sua propriedade, no que diz respeito ao espaço comum. A condescendência ou a preguiça dos gestores municipais compromete a saúde dos cidadãos, a liberdade de locomoção, a capacidade de ir e vir, pressupostos da democracia.
Não respeitar a acessibilidade, portanto, é algo grave, pois tolhe e limita a ação humana. Mesmo em tempos em que a palavra limites está na moda, nenhum de nós quer ser menos do que pode ser, nem fazer menos do que pode fazer, por causa de algo tão menor e tão fácil de ser resolvido.
Todos nós queremos apreciar a natureza, sentir o vento batendo no nosso rosto, olhar e sorrir para as pessoas, e, mesmo assim, chegarmos à casa inteiros, felizes. Nós merecemos isso, não é?

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