quarta-feira, 15 de abril de 2009

Matéria de O Nacional de hoje


Voluntários em ação e associação 15.4.2009
Voluntariado: dentre diversas iniciativas já existentes no município, uma das novidades é a Associação de Voluntários de Passo Fundo, que agrega pessoas com vontade de trabalhar e ajudar os outros, doando e compartilhando conhecimento
Glenda Mendes/ONFotos: arquivo dos integrantes da associação
Ser voluntário significa doar, compartilhar e trabalhar pela simples, e complexa, compensação de estar ajudando alguém. Com esse intuito, milhares de pessoas dedicam parte de seu tempo a um trabalho voluntário e assim ajudam instituições, escolas, entidades. A importância do voluntariado é tanta que em 1998 foi publicada uma lei que define e avaliza esse trabalho.
Dentro desse espírito, em Passo Fundo, foi criada uma associação que agrega diversas pessoas que tiveram a iniciativa de doar seu tempo para auxiliar os outros: a Associação de Voluntários de Passo Fundo.
Conforme Mauro Gaglietti, integrante e um dos organizadores da associação, essa pode ser considerada uma das boas notícias de Passo Fundo. "Nossa cidade é uma das poucas de porte médio cujo trabalho voluntário ainda não estava organizado. Todavia, existem muitos voluntários realizando trabalhos relevantes isoladamente e sem nenhuma articulação e organização", explica. Para ele, esse é um dos motivos que leva muitos voluntários a desistir de continuar atuando assim como o despreparo dos funcionários e técnicos das instituições. De outro lado, estão as entidades que precisam desse trabalho, como é o caso da Semcas (Secretaria de Cidadania e Assistência Social). "A secretaria está necessitando de orientadores sociais para atuar com os jovens que estão em conflito com a lei e cumprem, por designação da Vara do Juizado da Infância e da Juventude, medidas socieducativas em meio aberto sob responsabilidade da secretaria", exemplifica. Além disso, existe o Case (Centro de Atendimento de Socioeducativo) que, segundo Gaglietti, necessita de oficinas de cultura e de profissionalização "nas quais o conhecimento e o tempo dos voluntários serão utilizados", ressalta.
Dessa forma, a associação preenche essa lacuna, atuando na mediação comunitária, na mediação de conflitos envolvendo famílias, em oficinas de cultura e de profissionalização no Case, como orientadores sociais, cuidando dos jovens em conflito com a lei, entre outros. E já começam a ser colhidos alguns resultados.
Somente no Case, já são 35 jovens beneficiados. Na Semcas, mais de 50 pessoas já foram auxiliadas pelo trabalho dos voluntários que fazem parte da associação. Além desses, existem ainda os trabalhos realizados pelo Nujur (Núcleo de Prática Jurídica) da Imed (Faculdade Meridional), pela Escola de Pais do Brasil, pela Comissão de Direitos Humanos e pelas escolas de Direito, Psicologia e Gestão Pública da Imed. A atividade também conta com o apoio do Ministério Público, da Vara do Juizado da Infância e da Juventude, do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, do curso de Serviço Social da Universidade de Passo Fundo e do Fórum de Socioeducação de Passo Fundo.
Mas a ideia é que o trabalho não pare por aí. Novos voluntários são aceitos pela associação. Para fazer parte, de acordo com Gaglietti, "basta entrar em contato com a Imed, por meio do Nujur, pelo telefone 3045 6100 ou na Semcas", comenta.
"Sou voluntária"A motivação das pessoas em tornar-se voluntárias varia de acordo com suas histórias pessoais. Uma das voluntárias que faz parte da associação, pela Escola de Pais do Brasil, Sueli Gehlen Frosi, contou a ON como começou o trabalho.


O Nacional - Como surgiu a vontade de fazer trabalho voluntário?

Sueli Frosi - Surgiu da inquietação tão comum de ser útil e de contribuir para que o mundo seja uma lugar melhor para se viver. O fato de ser mãe de três meninos e de duas meninas tornou-me mãe também de todas as crianças do mundo, e eu queria que mais crianças fossem bem cuidadas e protegidas, assim como eu procurava amar e proteger as minhas. Daí até encontrar uma instituição condizente com minhas aspirações foi um passo. O Domingos [marido] e eu passamos a trabalhar como voluntários na Escola de Pais do Brasil há mais ou menos 15 anos, de forma organizada e sistemática. Coordenamos círculos de debates, assim como os outros integrantes da associação, em escolas, empresas, igrejas, associações de bairro, prefeituras, em todos os lugares em que haja pais e ou agentes cuidadores de crianças e adolescentes. Ajudamos essas pessoas a pensar estratégias criativas e inteligentes para melhor cuidar de suas crianças e adolescentes.


ON - Algumas das histórias das pessoas que você ajudou marcaram sua vida? Pode contar alguma?

Sueli Frosi - A cada final de um ciclo de debates fazemos avaliações com os pais que participaram e verificamos os relatos emocionados de melhora no relacionamento familiar. Os pais contam que estão conversando mais em casa, que estão sendo mais carinhosos, que ouvem os filhos muito mais, que a vida está sendo levada com mais leveza e tranquilidade. Toda a vez que um pai e uma mãe relatam que estão mais tranquilos, mais seguros e mais felizes, nós ficamos mais felizes ainda.


ON - Quanto tempo você dedica para as atividades de voluntariado?

Sueli Frosi - Em tempos de plena atividade, dedico para a Escola de Pais do Brasil cerca de 4 horas por semana, mais algumas horas de estudo. Algumas vezes por ano, viajamos para treinamento e capacitação, pressupostos necessários para que o trabalho voluntário tenha qualidade e efetividade. Uma ou 2 horas por semana dedico a novos projetos e para novos voos voluntários.


Sueli e Domingos promovem reuniões com pais e conseguem como resultado que as famílias envolvidas dialoguem mais

2 comentários:

Anônimo disse...

Que chic tia! Adorei a entrevista! Gostaria mto de te ouvir sobre como criar melhor a Bianca! beijooos


Xanda

Sueli disse...

Faço parte de uma escola onde não há professores, mas todos somos aprendentes. Nós aprendemos conversando sobre ser pai e ser mãe, mas não ensinamos nada. Não há nada mais educativo do que a conversa, a troca e as experiências que trazemos da nossa vida. És filha de pais maravilhosos, que legaram o que de mais precioso precisamos saber para cuidar das crianças: o amor e a proteção. Disto és rica e te capacita a cuidar da Bianca como ninguém mais faria. Ter um companheiro tão presente e carinhoso é fundamental também. Portanto, coragem querida!