quinta-feira, 28 de abril de 2011

Texto publicado na Revista Somando da Rádio Planalto

Família, promotora de desenvolvimento:
Estamos acostumados com índices que aferem o desenvolvimento. O PIB (Produto Interno Bruto) pode ser comparado ao PNB (Produto Nacional Bruto) o que dá uma visão acerca das riquezas e do prestígio que algumas nações têm em comparação a outras. O prêmio Nobel Samuelsen criou o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), capaz de medir se está sendo realizada a Justiça Social. Percebe-se que, de tão preocupados com o PIB e o PNB, subestima-se o IDH, um índice que só será satisfatório se cuidarmos devidamente das famílias.
Segundo Maturana, o futuro da humanidade não são as crianças, mas os adultos que cuidam das crianças. Portanto, não cuidar dos pais significa colocar em risco nossa condição humana.
Sabendo da importância de capacitar os pais para que cuidem do desenvolvimento sadio de seus filhos é que nasceu a Escola de Pais do Brasil, em 1963. Ela começou em São Paulo, por um grupo de voluntários – forma de atuação ainda em vigor – que perceberam a aceleração das mudanças em curso em todos os níveis, o que provocava uma grave deterioração nas relações familiares.
A Escola de Pais do Brasil tem caráter preventivo, pois reforça a família, conscientiza sobre paternidade e maternidade responsáveis, prepara para um mundo em constante mudança e transmite conhecimentos básicos de psicopedagogia e de técnicas educativas que ajudam a reformular conceitos e melhoram a convivência entre pais e filhos. Ela faz isso de forma sistemática, com uma metodologia que privilegia o debate, permitindo que os pais encontrem soluções criativas e inteligentes para a sua família, que não é igual a nenhuma outra. Para tanto, contamos com um temário que é desenvolvido por um período de 10 semanas, uma vez por semana, por uma hora e meia. Desenvolvemos em nossos ciclos de debates os seguintes assuntos: 1) Educação no Mundo Atual; 2) Amor e Segurança – alicerces para um desenvolvimento sadio; 3) Mãe, Esposa e Mulher – sua atualidade; 4) O Pai e o exercício da paternidade; 5) A maturidade dos pais na vivência familiar; 6) Ação Educativa na infância, meninice e pré-adolescência; 7) Dificuldades para se educar; 8) Ação Educativa na Adolescência; 9) Sexualidade Humana; e, 10) Como marco o mundo com a minha presença.
Atuamos principalmente em escolas, mas também podemos atender outras instituições onde haja pais e responsáveis por crianças e adolescentes.
Ao longo desses anos de trabalho com as famílias, percebemos que a confusão e a falta de parâmetros seguros para o cuidado com as crianças e adolescentes não se constituem privilégio de nenhuma classe em especial, mas é uma insegurança generalizada, fazendo com que muitas famílias, impotentes, terceirizassem a educação dos filhos. A maior queixa dos professores, tanto nas escolas públicas quanto nas escolas privadas, é a de que muitos pais desistiram de educar seus filhos e tentam passar para a escola esta atribuição, que, sabe-se, é intransferível. Percebemos também que os pais acolhidos em um ciclo de debates de Escola de Pais, quando ouvidos com atenção e respeito, quando contam com a empatia de outros pais, desaprendem métodos educativos inadequados para se apropriarem de outros, adequados àquelas crianças que são suas e que devem ser amadas e respeitadas, tomando para si o que compreendem ser a tarefa mais importante de suas vidas. Percebemos, pelo relato dos professores, que pais bem cuidados em suas necessidades de diálogo e troca de idéias, têm filhos que percebem o outro em suas relações, aprendem melhor e são mais felizes.
Sueli e Domingos Frosi - Delegados Regionais da Escola de Pais do Brasil seccional de Passo Fundo, RS

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