sábado, 28 de setembro de 2013

DIÁRIO DE UMA EX-FUMANTE

                Há assuntos que vêm à baila e que mexem conosco. Hoje no Fantástico trouxeram o projeto de lei que ainda dorme em algum lugar do senado e que se chama Lei da Palmada. Já discuti este projeto em várias instâncias e sei que nem de longe é unanimidade.
                Ao ouvir o povo a respeito da palmada lembrei de que há alguns anos era comum fumar em qualquer ambiente. Tínhamos professores fumantes, colegas  fumantes e, apesar de desagradável, não era estranho o fato de fumarem em aula. Lembro que nunca fui proibida de fumar em qualquer emprego que tive.  Foi necessário que se fizessem leis para que acabasse  a farra do cigarro em lugares fechados.
                A proibição ao cigarro foi contestada, argumentou-se que a lei feria a liberdade individual, o direito de exercer uma atividade que não causa alucinação, nem diminuição de capacidades físicas. Pensou-se na época que a lei não “pegaria”. Ela foi taxada de desnecessária e autoritária.
                Há vinte anos, em todos os lugares havia avisos de Proibido Fumar. Hoje podemos até nem ver aviso algum, mas incorporamos à nossa vida o que a lei trouxe para mudar nossos hábitos e nossos conceitos sobre o assunto e vivemos agora com muito mais limpeza, pelo menos no ar, por que o chão em alguns lugares é um horror.
                Com a lei da palmada, penso, acontecerá a mesma coisa. A punição física é perniciosa, ela fere o que uma pessoa tem de mais caro que é sua integridade física e moral, costuma descambar para a pancadaria e não faz bem nem para quem bate, nem para quem apanha.
                Espero que daqui a alguns anos a gente possa contar às pessoas que lá por dois mil e treze as pessoas ainda batiam em crianças e, pior, com o intuito de educa-las. Espero que as pessoas sabedoras desse fato fiquem muito horrorizadas e não haja mais necessidade de que conselhos tutelares interferiram no direito que cada família tem à privacidade.

                Sei que é polêmico o que estou trazendo, mas acredito que há leis civilizatórias e necessárias quando não conseguimos evoluir sem um empurrãozinho.





Nenhum comentário: