São muitas a festividades que marcam a passagem do Natal e do Ano Novo, transformando dezembro em um mês ao mesmo tempo alegre e pesado. Essas festas minimizam em parte aquela pontinha de depressão que nos acomete nesta época, via de regra, mas podem também tornar-se fonte de problemas das mais variadas formas.
Pois, em Passo Fundo, há dois finais de ano, acontece a Cantata Natalina, iniciativa do Colégio Notre Dame e que na sua segunda versão já conta com milhares de participantes e parceiros. A primeira apresentação deste ano deu-se na sexta-feira à noite.
Esperava-se que se repetisse o espetáculo do ano passado e o que se viu foi algo mais lindo ainda com uma novidade comovente: foi anunciado que a queima de fogos de artifício estaria suspensa, para que o dinheiro destinado a ela fosse doado às vítimas das enchentes de Santa Catarina. Iniciativa linda, não?
E quem não gosta de ver fogos de artifício? Eles são usados como comemoração em todo o mundo, faz muito tempo. Em Copacabana no Rio de Janeiro, chegou-se a queimar 1 milhão e 800 mil reais em fogos, no reveillon de 2007. A Olimpíada de Pequim usou esse artifício para criar cenários mágicos e fantásticos, isso só pra registrar fatos marcantes e recentes. Estamos acostumados com isso.
Mas, tanta beleza tem seu lado cruel na medida em que fere os ouvidos dos animais, espanta os passarinhos e até os mata, incomoda bebês e idosos, interrompe o descanso de doentes. Não representam uma diversão totalmente inocente, é só procurar um pouquinho para ouvir as queixas. Agora, comemorar com foguetes, aqueles que só fazem barulho e costumam machucar as pessoas é o fim da picada, não? A prática de comemorar com foguetório é algo estupidamente predatório, pois, além de não oferecer beleza nenhuma, faz um barulho ensurdecedor e carrega em si material letal. Todos conhecemos histórias macabras, já vimos fotos de mutilações e até de mortes causadas por acidentes bem freqüentes.
Analisando tudo isso, é ou não é uma iniciativa inteligente que os organizadores da Cantata Natalina tiveram? Há muitas conseqüências advindas de um ato desses. O dinheiro que Santa Catarina irá receber é somente uma delas. O exemplo que tal iniciativa dá é a maior conseqüência, pois pode ser que aconteça em cadeia e mais e mais pessoas deixem os fogos de lado.
Devemos acreditar que estamos melhorando e que neste Natal e Ano Novo teremos infinitamente menos pessoas mutiladas, menos cães em sofrimento, menos passarinhos desorientados e mortos, menos barulho ensurdecedor e mais amor, mais abraços e beijos, mais música, mais civilização. E, melhor, haverá mais Natal para quem perdeu tudo nas enchentes. Bom, muito bom!
Sueli Gehlen Frosi – Associada à Escola de Pais do Brasil
Publicado no Diário da Manha de 05/12/2008
Um comentário:
é. foguetorio barulhento não gosto muito.
ajuda aos outros é bem melhor, naõ se discute!
:)
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