sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Meu corpo teima em não acompanhar minha cabeça. Ando atrapalhada com tantas idéias e as limitações da idade, coisa que, até bem pouco, eu não sentia. Pensei ser exceção, pensei conseguir equilibrar as duas coisas por mais tempo, mas não estou conseguindo. Minha cabeça fervilha, empurra-me ainda em busca de minha utopia. Não creio em qualidade de vida sem objetivos, aquela que busca mens sana in corpore sano, sem o acompanhamento de idéias, de pesquisa, de investigação, sem ação que busque melhores condições humanas para todos. Isso de fazer ginástica, tomar suplementos alimentares, fazer longas caminhadas, para depois tomar um banho e descansar, me parece um exercício extremamente egoísta. Eu preciso mais, muito mais. Não acredito também que se deva passar a vida lendo loucamente, sem tempo pra pensar e ter idéias próprias, sem compartilhar as construções internas, fruto dos tratos à bola, das leituras, da observação atenta da vida. Penso ser tudo, de cuidadora dos meus afetos à cidadã engajada; de guardiã da minha felicidade à guardiã da felicidade dos que me rodeiam; de mulher simples à mulher que tem os olhos bem abertos para os problemas da minha cidade, único lugar onde posso agir, mesmo atenta aos problemas do mundo. Não quero aceitar as limitações que sinto hoje. Quero acreditar que estou sentindo o cansaço de final de ano, como todo mundo. Deve ser isto...

2 comentários:

Carolina Zimmer disse...

Minha mãe sempre diz que sente como se ainda tivesse 18 anos. É curioso isso das limitações da idade. Apesar de ter só 31 anos, já sinto o desgaste do tempo no meu corpo. O fato é que a mente rejuvenesce justamente com a maturidade do corpo, uma das contradições da natureza, penso eu. Acredito que Chaplin tinha razão, deveríamos nascer velhos e ir rejuvenescendo até virar um bebê e desaparecer.

Sueli disse...

Também penso ser uma contradição, Carol! Hoje estou brincando com a Cecília, mas tenho que descansar frequentemente. Bjs