sexta-feira, 27 de junho de 2008

Justiça Restaurativa

Participei de um evento hoje sobre justiça restaurativa. O Dr Leoberto Brancher, juiz da infância e juventude de POA trouxe a proposta e experiência, junto com sua equipe. Fiquei impressionada com a simplicidade da proposta que nada mais é do que restaurar nossa humanidade através da linguagem, coisa que sempre se fez nas comunidades tribais. Já tem anos a experiencia do dr Leoberto com relação a este tipo de justiça, motivo pelo qual encontramos nele tanta segurança e tranquilidade em afirmar que o grande barato é exercermos a democracia concreta na base, ali onde se vive, conversando e nos relacionando. Praticar a democracia é o que se faz na Escola Monte Castelo, aqui em Passo Fundo. Nesta escola, faz-se uma prática que vem do projeto GIEP (grupo integrado de estratégias de prevenção ao uso de drogas), que consiste em trazer a comunidade para dentro da escola, para que seja criado o Comitê de Valorização da Vida. São pais, alunos, professores, funcionários, o pastor do bairro, o padre, o vereador que mora por ali, o morador do condomínio da esquina, o dono do armazém, o presidente do bairro, pessoas que fazem parte de clubes de serviço, enfim, as lideranças, as pessoas que querem abraçar a escola e ouví-la nas suas demandas. O comitê é uma força política poderosa que pode reivindicar as demandas da escola. Do comitê sai um pequeno grupo que é denominado de Comissão de Ética, que ouve as pessoas em dificuldade e procura ajudar, com o intuito de evitar que sejam chamadas autoridades repressivas, conselho tutelar, etc... É um plano perfeito de pacificação, pois reforça as políticas existentes na escola em todas a áreas: nas artes, nos esportes, na produção literária, de cuidado com o ambiente, na produção de merenda saudável e integral, no ajardinamento e em tantas outras iniciativas. É um grupo de prevenção às drogas, sem falar nunca, nunca em drogas. É algo genial e perfeito se quisermos falar em justiça natural. Em Passo Fundo, tenho orgulho em dizer, já fazemos justiça restaurativa há anos. Estamos de parabéns. Mas, Leoberto Brancher é o máximo.

2 comentários:

Unknown disse...

Muito pertinente este teu depoimento...é um orgulho para nós educadores no sentindo amplo da palavra( pais, professores, comunidade)saber que podemos contar com esta justiça restaurativa.
Parabéns amiga!!

Anônimo disse...

Oi Sueli, você como sempre escrevendo de uma forma prazerosa de ler.
Também participei deste evento e tive a sensação de que estamos gradativamente encontrando saídas mais civilizadas para o problema dos adolescentes infratores.