terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A Pedra

Quando o Bruno era bem pequeno, ainda no ensino fundamental, a escola propôs a ele e a seus colegas uma pesquisa sobre pedras. Lá foram o Domingos e ele à cata de exemplares de pedras, em marmorarias, em pedreiras, no quintal e, lógico, em Soledade. Eis que o Bruno, bem embasado com leituras e pesquisas, descobriu que um certo tipo de pedra possuía poder curativo.
Nesta época, minha mãe estava sofrendo dores muito fortes por causa de uma úlcera na perna e não encontrávamos nada que a pudesse ajudar efetivamente. Eis que o Bruno colocou uma pedrinha preta em cima do telhado, deixou-a lá ao sol por um tempo e a levou para a avó, com a recomendação de que só ela a tocasse. Por muitos dias, na hora de tirar o pó da máquina de costura onde a pedra foi colocada, a pessoa que o fizesse chamava minha mãe para que ela mesma a pegasse e a recolocasse no lugar.
Não sei se a pedra ajudou, mas o elo de afeto que isso produziu foi algo inesperado e emocionante. Todos os dias o Bruno subia e perguntava se a avó havia melhorado e, invariavelmente, a avó respondia que sim, que a pedra estava ajudando muito.
Coisas simples dão colorido ao nosso quotidiano, desde que tenhamos sensibilidade para aproveitar tudo o que nos aproxima. O amor é feito disso e de mais nada!

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