quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Professores e professoras


Converso muito com eles. Tenho um prazer imenso em perguntar acerca da escola, das crianças, de como todo mundo está se sentindo no meio da educação formal. O que sinto nos ultimos anos é algo que dá quase pra pegar com a mão, que é um desânimo, o que vem a ser algo contrário ao desassossego. Eu gostaria de ver professores e professoras inquietos, dasassossegados, por que, aí sim a gente poderia vislumbrar algo de bom, mas lidar com desânimo é difícil. Numa das minhas conversas, fiquei sabendo que existe um estudo sobre uma síndrome que está acometendo os professores e professoras de forma avassaladora. Trata-se de um sentimento que tem até um nome, do qual não lembro, mas que traduz um fato: há professores que não se dizem mais professores, que não se sentem mais professores, mas que estão professores até que se aposentem, e o quanto antes melhor. Penso que o desânimo de que falei é esta síndrome que está minando a saúde dos professores e a saúde da educação em geral.

A professora com quem falei é uma especialista que escreveu uma tese na qual analisou a participação dos pais na escola. Perguntei a ela se pensa em publicar a tese. Ela respondeu que agora temos que nos preocupar com quem cuida dos pais e com quem cuida dos professores. Isto que conversamos está me cutucando e quando sou cutucada tenho que me mobilizar. A Márcia prometeu que manda as referências para estudar a tal síndrome, o que farei é claro. Mas, e os pais? Se cuidarmos dos pais, automaticamente cuidaremos do professor, não é? Se cuidarmos dos pais, as crianças serão mais calmas, mais educadas, mas prontas para a aprendizagem. Se cuidarmos dos pais, as crianças serão mais inteligentes e mais curiosas, fazendo com que o professor se sinta encorajado a procurar novidades, e, novidades curam qualquer alma, não é? A mesmice mata qualquer um, quanto mais quando se trata de educadores formais obrigados a trabalhar em estruturas obsoletas, com material obsoleto, mesmo lidando com vidas que, segundo visões equivocadas, são o futuro do Brasil. Enquanto eles forem o futuro, não acontecerá mudança, pois criança tem que ser o presente, o agora, pois amanhã será tarde. Eu conheço algo que pode ajudar em curto prazo e de forma eficaz, inteligente, dinâmica: é investindo pesado em círculos de debates da Escola de Pais do Brasil, sim senhor. A Escola de Pais do Brasil cobre grande parte do país e no caso do Rio Grande do Sul, grande parte do estado, estando em condições portanto, de cuidar de pais, para que cuidem melhor dos filhos, para que o professor seja socorrido em suas angústias e carências.

3 comentários:

Luciana disse...

Tomara que esta síndrome não faça parte da minha vida!
Professores desanimados com a realidade escolar: termômetro de uma sociedade desajustada...

Anônimo disse...

Oi SU!
Espero não "cruzar" com esta síndrome! Certamente se os pais forem bem acompanhados e também forem "acompanhadores" de seus filhos, nossos professores encontrarão maior facilidade em ensinar e o farão com muito mais prazer!
Lu.

Unknown disse...

Nossa !!Que forte isso..e concordo com a Luciana: Xôoooooooo síndrome..
Não saberia ser uma boa educadora sem a parceiria "família e escola"
Valeu...bjos