quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Big Brother


Texto extraído do Wikipédia: Mil Novecentos e Oitenta e Quatro (título original Nineteen Eighty-Four) é o título de um romance escrito por Eric Arthur Blair sob o pseudônimo de George Orwell e publicado em 8 de Junho de 1949 que retrata o cotidiano numa sociedade totalitária. O título vem da inversão do dois últimos dígitos do ano em que o livro foi escrito, 1948.
O romance é considerado uma das mais citadas
distopias literárias, junto com Fahrenheit 451, Admirável Mundo Novo, Laranja Mecânica e Nós. Nele é retratada uma sociedade onde o Estado é onipresente, com a capacidade de alterar a história e o idioma, de oprimir e torturar o povo e de travar uma guerra sem fim, com o objetivo de manter a sua estrutura inabalada.


Orwell em 1948 preconizou o que estamos vivendo hoje. Temos um Grande Irmão nos observando o tempo todo. Atire a primeira pedra quem nunca se sentiu incomodado com a frase: Sorria, você está sendo filmado, em todo e qualquer lugar. Após raciocinarmos, podemos até ter uma sensação de segurança, mas o que acontece de fato é que não ficamos mais à vontade, por que vigilância é invasão. A não ser que estejamos à margem da sociedade, todos temos números que nos identificam e, se acionados, trazem à baila quanto ganhamos, como gastamos, quais as doenças que temos, quantos processos estão sendo movidos contra e a nosso favor, assim como ondo moramos, com quem, nossa idade e tudo tim tim por tim tim. Não escapa nada. Michel Foucault, filósofo francês do século vinte, formula sua teoria sobre o saber e o poder. Ele diz que a arquitetura das nossas instituições serve para a vigilância, o que corrobora o que Orwell diz sobre o estado onipresente a fim de manter as estruturas inabaladas. Foucault usa uma alegoria para explicar como funciona uma sociedade de controle, de vigilância e por que nossos prédios são construídos como são. Imaginemos uma construção redonda com uma torre de vigia ao centro. O vigia está ou não na torre, isso é impossível saber. A estrutura redonda é formada por celas e nas celas estão trancadas pessoas. As pessoas são separadas de acordo com o papel que desempenham no seu meio, por exemplo: presos com presos, estudantes com estudantes, operários com operários e assim por diante. Por causa da torre de vigia, que pode ter um vigia ou não, todos se comportam conforme o esperado pelo poder. Segundo Foucault é assim que o poder normatiza a vida e diz o que é normal. Diterminar o que é normal é uma questão que me fascina, por que trata do saber e do poder mesmo. O poder constrói instituições, vigia as pessoas que estão nessas instituições (hospitais, escolas, prisões), aprende tudo sobre elas, e assim, o poder diz o que é normal e força as pessoas a agirem como tal. De forma bem simples pode-se entender o que seja o big brother, o que seja uma sociedade de vigilância, uma sociedade do Sorria, você está sendo vigiado.

Puxando tudo isso para o que é reles e rasteiro, temos uma fatia da população que se vale da tecnologia para escancarar sua vida de forma a que todos saibam quando está doente, quando está deprimido, quando não gosta de determinada coisa, quando está com raiva e quer brigar, e, pior, briga mesmo, enfim, esta-se usando serviços para, graciosamente, vigiar e permitir que se vigie sua vida particular. Estamos em uma vitrine, mostrando-nos. Na semana passada vi uma enquete na MTV onde a apresentadora perguntava pras pessoas o que elas fariam se fossem invisíveis. A maioria, veja bem, a maioria disse que assaltaria um banco, que pegaria o que quisesse, que cometeria crimes. Questionados pela apresentadora, muito inteligente aliás, todos eles argumentaram que, se não somos vistos podemos fazer tudo. Por causa desse sentimento é que alguns pensam que câmeras de vigilância sejam necessários e que isso inibe a criminalidade. Eu penso que temos que ser melhor educados, para que eduquemos melhor nossos filhos, para que os valores universais sejam praticados. Um povo civilizado tem direitos e deveres e esses têm que ser cumpridos e efetivados.

O que não pode é ser honesto quando nos convém, ou quando tem alguém olhando, ou com quem merece. Até aí meus bois não puxam!

2 comentários:

Adriana Gehlen disse...

honestidade hoje em dia se tornou algo bem relativo, pelo menos aos meus olhos.
saem-se bem os espertinhos, que fazem as coisas na moita, que na verdade não é nem tão na moita assim.
e até quem não quer fazer acaba tendo que fazer por ordem, tipo eu ...
um dia te conto sobre :S

mas só te digo, tá cada vez pior, e duvido que as coisas melhorem.
o negocio é cada um fazer sua parte. pq o mundo tá cada vez mais individualista, o que é bom por um lado, o lado do se respeitar, querer seu bem sem se sujeitar à coisas ruins, mas o outro lado individualista é o pior possivel.
terrível ...
beijo.

Anônimo disse...

Poxa dinda...Perfeito!


Ah! Vc é mara! kkkk