Deve haver muitos livros, muita produção científica em torno do que chamam Síndrome do Ninho Vazio, que nada mais é do que aquela dor que a gente sente quando um filho ou filha deixa nossa casa. Não é à toa que a palavra ninho é usada, por que ela traduz o que a nossa casa representa para a todos. Criamos um ninho por que somos mamíferos, e é nele que acomodamos nossas crias e é de lá que elas saem para ganhar o mundo. Perfeito! Seria perfeito se não houvesse essa dor. Não concordo com o que chamam vazio, por que raramente o ninho fica realmente vazio, pois o esvaziamento é gradativo. Quando esvazia mesmo acho que já se está acostumado, ou já se está preparado. Surpreendo-me por escrever no masculino. Será que o faço por que não lembro de ouvir falar em homens com síndrome de ninho vazio? Será que eles não sentem igual? Acho que não, já que eles não deitam com a cria pra amamentar como nós as mulheres fazemos; eles não acordam molhados de leite e com os seios doloridos e pesados, enquanto um bebê chora desesperadamente do lado; eles não levam os filhos para o ninho de madrugada, simplesmente por que lá é o lugar mais seguro e é onde acreditamos poder restaurar dor de garganta, febre, dor de barriga, medo e solidão. Por isso não podemos minimizar a dor de uma mãe que vê o filho ir para a vida, para o mundo. Devemos respeitar isso que é um rito necessário e é uma ruptura saudável, por que, muito do que é saudável é precedido por dor. Estou orgulhosa com a nova fase que estamos inaugurando. Vamos ser três a morar na nossa velha casa, que já abrigou tanta felicidade, tanto riso, tanta festa, tantos planos e que já permitiu que se chorasse, que um cuidasse do outro quando fracassasse, quando caisse. Ela continuará sendo o lugar de todos, pois a casa de papai e mamãe é o lugar para onde sempre podemos voltar, pois é lá que estão as lembranças, é lá que está o amor incondicional. Um lar é algo muito grande e ilimitado, onde cabem os nossos, os que querem ser nossos, os que nascem nossos e são a alegria sempre renovada a encher de sons esse ninho que nunca ficará vazio.
Trocar idéias é o principal mote deste blog. A possibilidade de interação entre mim e os leitores é algo que me mobiliza, me encoraja e instiga a continuar escrevendo. Mas isso não basta, quero dialogar ao mesmo tempo em que quero monologar, construindo uma base para por em ordem meus pensamentos, em forma de desabafo, em forma de registro, em forma de comemoração, em forma de lamento. Convido-os a que me visitem às vezes, que opinem sempre, que vivam comigo coisas parecidas com ss suas.
3 comentários:
"eles não acordam molhados de leite e com os seios doloridos e pesados, enquanto um bebê chora desesperadamente do lado"
isso deve ser espetacular, e sim, dolorido como nunca, haha aaaai
família é um ninho mesmo, e ti ti ti! quaõ bonitinhas são essas coisas cheias de amor.
vai dizer o quê?! ...
só esses membros do ninho que escutam toda e qualuqer besteira que falamos, toda merda que fazemos, e compartilham as nossas alegrias, se não compartilham ao menos escutam os gritos e as risadas de felicidade, no mínimo ...
teu 'filhote' vai estar bem fora de casa tbm. podes crer! haha
beeeeeejo
Se não escutarmos atentamente, não conseguiremos nos ajudar. Tens razão em tudo, foi com lucidez que analisaste tudo. Bjs
Família: é o primeiro e principal espelho que todos nós possuímos para a nossa formação!!é nesse núcleo que estão arraigados todos os nossos valores e é nela que agregamos todos os nossos sonhos possíveis...
E "ninho" de pai e mãe é a melhor coisa do mundo!!!
BJO NO TEU CORAÇÃO
Sds
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