Trocar idéias é o principal mote deste blog. A possibilidade de interação entre mim e os leitores é algo que me mobiliza, me encoraja e instiga a continuar escrevendo. Mas isso não basta, quero dialogar ao mesmo tempo em que quero monologar, construindo uma base para por em ordem meus pensamentos, em forma de desabafo, em forma de registro, em forma de comemoração, em forma de lamento. Convido-os a que me visitem às vezes, que opinem sempre, que vivam comigo coisas parecidas com ss suas.
domingo, 25 de dezembro de 2011
Publicado em O Nacional de 22/12/2011
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Capítulo encerrado
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
O papel marcante do professor.
O saber humano é imensurável e não cabe em uma biblioteca, em uma rede virtual, muito menos na cabeça de uma pessoa. Somos seres que apreendem o que precisam, mas alguns vão um pouco além e especializam-se em uma ínfima parte de um saber, tornando-se especialistas de uma área ignorada pela maioria.
Uma instituição de ensino, mesmo que conte com doutores, pós doutores, mestres e especialistas, jamais conseguirá contemplar todos os interesses, todas as subjetividades, todos os pendores e todos os sonhos das pessoas que abriga.
Um professor portanto, estando à frente de uma classe só conseguirá atingir seus alunos, ou alguns alunos, pelo seu modo de ser, pelo jeito com que instiga a curiosidade, pelas marcas humanas que imprime nas tantas aulas que ministra. O conteúdo científico sempre será pequeno, sempre estará aquém do que os alunos devem receber. O que fica de seus esforços é o que será levado para a vida, o que poderá servir de empurrão, ou de desalento.
Um professor deve contar com a curiosidade da classe, sem o que pouco ou nada poderá fazer e o que é digno de ser aprendido será desperdiçado por conta da falta de interesse. Esse é o ponto em que estamos nos perdendo, na falta de interesse dos alunos, na falta de interesse do professor que tem a sensação de estar jogando pérolas aos porcos e pela instituição de ensino, que é onde tudo respinga, tanto o que é bom, quanto o que é ruim e que, ao invés de cumprir seu papel de gestora de boas práticas didáticas, de produtora de arte e de beleza, passa a se preocupar com disciplina, com ausências de professores, com evasão de alunos, com desempenho medíocre da comunidade academica e escolar.
O privilégio de ter um professor marcante é a salvação de tantas e tantas pessoas, que, motivadas, procuram aprender mais, pesquisam, perguntam, animam-se com as próprias conquistas, não dependendo só da Universidade ou da escola onde estudam para realizar suas aspirações acadêmicas. Esses foram marcados por uma figura de primeira categoria, que conseguiu tocar suas almas e comunicou sua humanidade de uma forma grandiosa e essencial.
É para esses professores e professoras que este dia deve ser dedicado, pois espíritos universais proporcionam a possibilidade de seus educandos darem uma olhada no todo, dão as ferramentas para que dêem um passeio abrangente pelo conhecimento humano e, a partir daí, de forma livre, fazerem suas escolhas.
Feliz Dia do Professor e da Professora, heróis que carregamos com muito carinho pela vida afora.
domingo, 2 de outubro de 2011
Carta escrita ao meu netinho Théo, em 02/09/2011, na noite antes do seu nascimento.
Querido Théo
Estou aqui te esperando. São vinte e três horas e quarenta e cinco minutos e acabei de saber que tua mãe está no hospital.
Minha primeira reação foi correr para junto dela, mas disseram-me para ficar em casa, já que, provavelmente, vais demorar algumas horas para nascer. Vou ficar em casa, mas meu coração está clamando por estar com a minha filha linda, tua mãe e com o meu genro também muito amado, teu pai. Estando com eles, eu estaria também junto contigo, meu amor, para ver tua carinha e poder constatar que meu coração é muito forte para aguentar tantas emoções.
Teu avô está na cama, mas sei que, cada vez que acordar, vai ansiar por notícias tuas, para saber se já nasceste e se estás feliz por ter chegado.
Tu tens muitos tios que estão também ansiosos e a espera de ti.
O tio Ricardo está em casa e muito feliz com a tua chegada, mas a mulher dele, a tia Vanusa foi para o hospital acompanhar tua mãe nesta empreitada que é a mais importante da vida dela: o teu nascimento. Eles têm uma filha linda, a Cecília de sete anos que já te ama e não vê a hora de brincar contigo. Vocês serão muito amigos. O tio Ricardo é um excelente professor na UPF, na área do Direito e funcionário da Receita Federal há muitos anos. Tua tia Vanusa é enfermeira altamente competente, funcionária do Hemopasso.
A tia Flávia, casada com o tio Paulo, está lá
O tio Cássio, casado com a tia Angélica já está sabendo que estás chegando e os dois devem estar loucos pra te ver. O Cássio hoje, após o trabalho foi jogar futebol, coisa que ele adora fazer. A tia Angélica é psicóloga e é distribuidora de produtos plásticos muito conhecidos no mundo inteiro, a Tupperware, mas o que ela gosta mesmo é trabalhar com seus pacientes. O Cássio trabalha no escritório de advocacia, na loja de móveis e ajuda a tia Angélica a tocar o negócio. Tomara que eles queiram ter filhos logo, pra que eu e o vovô tenhamos mais netos e netas.
O tio Bruno tem uma namorada, a Rocheli, uma graça de pessoa. Eles adoram crianças e tenho certeza que vão ficar apaixonados por ti assim que te virem. O Bruno trabalha com programação de computadores e a Rocheli é jornalista, mas trabalha na loja da família da Angélica.
O vovô Domingos acabou de sofrer uma cirurgia de próstata, mas tudo correu bem e ele está ótimo. Trabalha em uma empresa falida, a Bertol S/A e tem o cargo de assessor da presidência. Ele está esperando para ver o que acontece com a firma e com os empregados que estão inseguros e sofrendo por falta de pagamento de seus salários. Ele é uma pessoa calma e bondosa, com uma capacidade de amar e de brincar com as crianças, que é uma coisa do tamanho do mundo. Por vezes vais notar que ele incomoda. A Cecília diz que ele “ajudia”, mas é só força de expressão, pois ele só quer brincar.
A vovó Sueli, que sou eu, adora crianças, todas as crianças, por isso faz muitos trabalhos voluntários por elas. Gosto de cuidar de todos e, se permitirem, cuidará de ti também, mas fique tranquilo, vai ser uma farra, assim como é uma farra com a Cecília. Vamos nos divertir muito, vamos ler, escrever, desenhar, rolar pela grama, montar quebra cabeças e tantas outras coisas que as crianças gostam de fazer.
Nós somos uma família muito feliz e queremos que tu te sintas muito bem conosco, assim como queremos que te sintas com a família do teu pai.
Eles são muito legais e já tem dois netinhos que moram
Os pais do Augusto e da Aninha, Rodrigo e Vanessa são teus tios também. São pessoas corajosas e não hesitam em correr atrás das oportunidades que a vida oferece, por isso estão morando longe. Eles são biólogos e o tio Rodrigo aceitou um emprego que ele esperava muito conquistar. Estão felizes onde moram, mas duvido que consigam esperar o final do ano pra te conhecerem.
O teu quarto está pronto há alguns dias. Está tudo uma beleza e reflete o carinho que teus pais têm por ti, mesmo sem te conhecerem. Todos os meses os dois iam espiar aquelas máquinas que mostram bebês, para saberem como serias, mas não dá pra ver muita coisa, só que és saudável e perfeito. Sabemos que aquelas fotos que tiraram de ti, não fazem jus a tua beleza e graça, por isso estamos tão ansiosos para que te mostrem ao vivo e a cores.
Queremos que venhas tranqüilo, pois amor e carinho não hão de faltar, antes pode acontecer que serás um pouco sufocado de beijos e abraços, mas vais agüentar e talvez gostar da maioria deles. Prometemos ter semancol quando necessário.
Vais encontrar um mundo que ainda não está pronto, mas que, acredito, está se aprimorando para receber as crianças com melhores estruturas, principalmente estruturas humanas.
Somos pessoas que procuram cumprir uma lei federal que já tem vinte anos e que foi promulgada para o bem estar de todas as crianças: o Estatuto da Criança e do Adolescente, o que foi um grande avanço para acabar com os maus tratos e o trabalho infantil. Nós os adultos queremos que vocês tenham o direito assegurado de serem cuidados e que possam brincar e frequentar boas escolas e a ter espaços condizentes com a condição em que estão. Prometemos ficar atentos para que essa lei seja respeitada, para que tu, a Cecília, o Augusto e a Ana e todas as outras crianças do mundo possam ser crianças de verdade.
Agora já é meia-noite e não sabemos de nada do processo da tua chegada, portanto, nos resta ficar calmos e tentar dormir, enquanto você faz o trabalho do teu nascimento, junto com tua mãe e teu pai.
Estamos torcendo pra que seja um momento mágico e lindo e que teu nascimento seja motivo de felicidade incapaz de ser descrita. Fique certo que a gravidez, o parto e o momento em que olhares para a tua mãe, ficarão indelevelmente vivos na memória e no coração da tua mãe e do teu pai Iuri.
Venha Théo, venha com confiança, pois tens uma família toda que te ama mesmo sem te conhecer, imagina quando te virem, vão morrer de alegria.
Bom nascimento meu amor...
Tua vovó Sueli
sábado, 17 de setembro de 2011
Núcleo de Justiça Comunitária
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Alegria!
domingo, 21 de agosto de 2011
O meu gigante sarou!
domingo, 7 de agosto de 2011
domingo, 24 de julho de 2011
Um presente do meu amigo Paulo Carbonari
Apologia da preguiça
O sequestro do nosso tempo pelo trabalho
RESUMO
Em tempos de tecnociência, permanece irrealizada a utopia da libertação do homem pelas máquinas: nunca se trabalhou tanto, e o tempo livre jamais esteve tão fora da pauta. Ora estigmatizado na ordem produtiva, ora exaltado na tradição filosófica, o preguiçoso é hoje o símbolo do tempo livre para o pensamento.
ADAUTO NOVAES
O trabalho deve ser maldito, como ensinam as lendas sobre o paraíso, enquanto a preguiça deve ser o objetivo essencial do homem. Mas foi o inverso que aconteceu. É esta inversão que gostaria de passar a limpo.
Malevitch, "A Preguiça como Verdade Definitiva do Homem"
SABE-SE QUE uma única palavra é suficiente para arruinar reputações e, entre todas, preguiça é uma das mais suspeitas e perigosas. Ao longo dos séculos, foi carregada de significações contraditórias e impressionantes variações.
Dela decorre longo cortejo de acusações bizarras, mas também sabe ser tema de obras de arte, poesia, romance, pinturas, reflexões filosóficas: o preguiçoso é indolente, improdutivo, nostálgico, melancólico, indiferente, distraído, voluptuoso, incompetente, ineficaz, lento, sonolento, silencioso. Preguiça e trabalho guardam um misterioso parentesco, quase simétrico e especular.
Para o preguiçoso, "é preciso ser distraído para viver" (Paul Valéry), afastar-se do mundo sem se perder dele; exatamente por isso, é acusado de não contribuir para o progresso.
Além de praticar crime contra a sociedade do trabalho, o preguiçoso comete pecado capital. Pela lógica do mundo do trabalho e da igreja, ele deve sentir-se culpado, pagar pelo que não faz.
Mais: pensadores como Lafargue, Stevenson, Bertrand Russell, Jerome K. Jerome, Marx e Samuel Johnson apostaram no desenvolvimento técnico como possibilidade de liberação do trabalho. Erraram: na era da tecnociência, nunca se trabalhou tanto e nunca se pensou tão pouco. Assim, o espírito tende a se tornar coisa supérflua.
O QUE FAZER Ao pensar sobre o fazer, o ocioso pode prestar um grande serviço e ajudar a responder à velha questão moral: o que devo fazer? Dependendo da resposta, teremos diferentes definições do que seja o homem, a política, as crenças, o saber, nossa relação com o mundo, e, principalmente, nossa relação com o trabalho. A resposta pode nos dizer não apenas o que fazemos mas também o que o trabalho faz em nós.
Hoje, maravilhosas máquinas "economizam" o trabalho mecânico, mas criam novos problemas: primeiro, uma espécie de intoxicação voluntária, isto é, "mais a máquina nos parece útil, mais ela nos torna incompletos" (Valéry).
A máquina governa quem a devia governar; daí decorre o segundo problema, bem mais complexo: tantas potências auxiliares mecânicas tendem a reduzir "nossas forças de atenção e de capacidade de trabalho mental", o que se relaciona à impaciência, à rapidez e à volatilidade nunca antes vistas.
Assim escreveu Paul Valéry (1871-1945): "Adeus, trabalhos infinitamente lentos, catedrais de 300 anos cuja construção interminável acomodava curiosas variações e enriquecimentos sucessivos... Adeus, perfeições da linguagem, meditações literárias e buscas que tornavam as obras ao mesmo tempo comparáveis a objetos preciosos e a instrumentos de precisão!
[...] Eis-nos no instante, voltados aos efeitos de choque e contraste, quase obrigados a querer apenas o que ilumina uma excitação de acaso. Buscamos e apreciamos apenas o esboço, os rascunhos. A própria noção de acabamento está quase apagada".
MONTAIGNE Valéry retoma uma tradição. Lemos em Montaigne (1533-92) que "a alma que não tem um fim estabelecido perde-se. Porque, como se diz, estar em toda parte é não estar em lugar algum". Aqui, entendemos por alma o "trabalho teórico do espírito", potência de transformação. O que leva a alma (espírito) a se perder é o trabalho desordenado.
Habitar o próprio eu, comenta Bernard Sève, é o projeto de Montaigne: viver em repouso, longe das agitações do mundo, retirar-se da pressa do mundo "para se conquistar, passar do negotium ao otium", do negócio ao ócio.
É isso que podemos ler na inscrição que Montaigne mandou pintar nas paredes da sua torre: "No ano de Cristo de 1571, aos 38 anos, vésperas das calendas de março, dia de aniversário de seu nascimento, depois de exercer longamente serviços na Corte (Parlamento de Bordeaux) e nos negócios públicos [...] Michel de Montaigne consagrou este domicílio, este tranquilo lugar vindo de seus ancestrais, à sua própria liberdade, à sua tranquilidade, ao seu 'loisir' (otium)".
Eis que Montaigne recolhe-se ao ócio reflexivo, com um espírito criativo leve e vagabundo. Como escreve Sève, um Montaigne distante das pressões políticas e das injunções do trabalho burocrático, com o espírito já amadurecido, "construído pela vida, espírito prestes ao fecundo exercício de uma ociosidade inteligente e feliz". Mas interpretemos com cuidado esse afastamento do mundo.
Se a vida teórica aparece mais compensadora, é porque Montaigne não encontrou na vida prática -social e política-, no Parlamento de Bordeaux, aquilo que buscava. À diferença dos comuns, Montaigne não procurava satisfação no reconhecimento social e político. No ócio, preferiu a busca da verdade às coisas da política.
Sua "contemplação" teórica é discursiva, isto é, transforma-se em atos de pensamento e, portanto, em atividade prática. Nascem aí os monumentais "Ensaios".
FOUCAULT A aliança entre capital, igreja e disciplina militar para regular o trabalho tem história. Em um curso de 1973, ainda não publicado, Michel Foucault (1926-84) narra a institucionalização do trabalho através da "fábrica-caserna-convento" no final do século 19. Ele descreve as regras de uma comunidade fechada de até 400 trabalhadores: acordar às 5h, 50 minutos para toalete e café, trabalho nas oficinas das 6h10 às 20h15, com uma hora para as refeições. À noite, jantar, reza e cama às 21h. Só no sul da França, 40 mil operárias trabalhavam nessas condições.
O trabalhador é fixado no aparelho produtivo, no qual "o tempo da vida está submetido ao tempo da produção". Vemos nessa experiência uma mudança essencial que nos interessa porque se torna mais aguda e determinante no trabalho hoje: "da fixação local a um sequestro temporal". Ou melhor, da ideia de controle do espaço no trabalho à ideia de controle do tempo.
O trabalho sequestrou o tempo. Se, no século 19, o controle do tempo era apresentado ao operário como um "aprendizado de qualidades morais" que, na realidade, significava a integração da vida operária ao processo de produção, hoje o controle é aceito com naturalidade, e até mesmo desejado.
O homem se integra voluntariamente "a um tempo que não é mais o da existência, de seus prazeres, de seus desejos e de seu corpo, mas a um tempo que é o da continuidade da produção, do lucro".
A reivindicação de tempo livre tornou-se quase que palavra de ordem subversiva: "Preciso tanto de nada fazer que não me resta tempo para trabalhar", conclama Pierre Reverdy, citado no prefácio ao livro de Denis Grozdanovitch "A Difícil Arte de Quase Nada Fazer".
TRABALHO CEGO A mobilização veloz e incessante do trabalho cego não permite ao homem dizer qual é o seu destino e muito menos o que acontece. Ele não dispõe de tempo para pensar e muito menos tem consciência de que seus gestos, no trabalho, produzem muito mais do que os objetos que fabrica.
Há um excedente invisível, entendendo-se por "excedente" tudo o que não é mensurável, que produz catástrofes através do trabalho "normal e produtivo" e se manifesta na poluição, nos desastres ecológicos, no esquecimento e na desconstrução de si.
Como nos lembra Robert Musil em "O Homem sem Qualidades", foi preciso muita virtude, engenho e trabalho para tornar possíveis as grandes descobertas científicas e técnicas, graças aos sucessos dos "homens de guerra, caçadores e mercadores". Tudo isso fundado na disciplina, no senso de organização e na eficácia do trabalho, o que talvez pudesse ser resumido assim: o trabalho mecânico da produção de mercadorias pretende tomar o mundo de assalto, produzindo agitação social e frenesi econômico e consumista, dada a multiplicação de objetos "não naturais e não necessários".
Já o preguiçoso põe-se na escuta de si e do mundo que o cerca.
PENSAMENTO Talvez o mais danoso de todo esse legado para o espírito humano seja a criação de um mundo vazio de pensamento que o ocioso procura preencher. Guardo uma imagem que o poeta e filósofo Michel Deguy me fez ver à janela de seu apartamento, em Paris: um mendigo que dormia 20 horas por dia na escadaria da igreja Saint-Jacques.
Deguy narra essa experiência em um pequeno ensaio com o título "Do Paradoxo": em imagem semelhante, diz ele, também nas escadarias de uma igreja, "a 'Derelitta' de Botticelli está pelo menos sentada, parecendo meditar. Hoje, ninguém medita, como dizia Valéry na figura de M. Teste. Portanto, o mendigo talvez não esteja errado, uma vez que o fato de estar deitado nada muda [...] E quando lembro que Pascal era o pároco da igreja e cuidava dos abandonados, a comparação me perturba: os 'pobres' não são mais como eram -mas os pensadores também não. Portanto, o 'despertar do pensamento'? Nós, você e eu, não queremos dormir. Mas estamos acordados?"
O trabalho técnico, mecânico e acelerado abole o tempo do pensamento, que exige virtudes atribuídas ao preguiçoso: paciência, lentidão, devaneio, acaso -o imprevisto. Em um texto célebre, Valéry nota: "O futuro não é mais como era". Isto é, não há mais o tempo lento do pensamento, momento em que o tempo não contava. Sabemos que é na vida meditativa e lenta que o homem toma consciência da sua condição.
SERES OCULTOS Ora, como escreveu ainda Valéry, o amanhã é uma potência oculta, e o homem age muitas vezes sem o objeto visível de sua ação, como se outro mundo estivesse presente, "como se ele obedecesse a ações de coisas invisíveis ou de seres ocultos".
Essa poderia ser uma boa definição do ocioso. Coisas invisíveis e seres ocultos participando do mundo do devaneio e do pensamento. Mundo do trabalho do espírito, em contraposição ao trabalho mecânico.
As ideias e os valores, lembra-nos Maurice Merleau-Ponty (1908-61), não faltam a quem soube, na sua vida meditativa, liberar a fonte espontânea, não deliberadamente, em direção a fins predeterminados por cálculos técnicos e produtivos. Todo trabalho finito e alienado é pura perda.
Através de uma admirável reversão, o meditativo transforma a desrazão do mundo do trabalho alienado em fonte de razão. Isso porque o trabalho meditativo do ocioso é um trabalho sem finalidade, sem "telos", um trabalho sem fim. O trabalho meditante do ocioso exige muito mais trabalho do que o trabalho mecânico. O trabalho da obra de arte e da obra de pensamento pede um tempo que não pode ser medido pelo relógio.
PREGUIÇOSO Como se pode, então, pensar essa figura que sempre teve péssima reputação? Talvez uma boa definição seja a de um autor inglês, Jerome K. Jerome (1859-1927), em seu livro "Pensamentos Preguiçosos de um Preguiçoso" (1886): "O que melhor caracteriza um verdadeiro preguiçoso é o fato de ele estar sempre intensamente ocupado. De início, é impossível apreciar a preguiça se não há uma massa de trabalho diante de si. Não é nada interessante nada fazer quando não se tem nada a fazer! [...] Perder seu tempo é uma verdadeira ocupação, e uma das mais fatigantes. A preguiça, como um beijo, para ser agradável, deve ser roubada".
Jerome K. Jerome leva-nos a pensar que a preguiça não é coisa passiva. Perder o tempo mecânico dá trabalho e exige enorme atividade do espírito.
O egípcio Albert Cossery é apresentado pela revista francesa "Magazine Littéraire" como o escritor contemporâneo que celebra a preguiça como uma arma de subversão política e como um modo de resistir à impostura das potências. Para Cossery, o exercício da preguiça tem o valor da arte de viver. Mas ele distingue dois tipos de preguiçosos: os idiotas e os reflexivos.
"Um idiota preguiçoso permanece idiota!", escreve. "E um preguiçoso inteligente é quem reflete sobre o mundo no qual vive. Mais você é ocioso, mais tempo você tem tempo para refletir... Esses são os valores da preguiça, que supõe, pois, dupla recusa: nosso mundo imediato e a triste realidade."
Mas o mais radical dos libelos contra o trabalho alienado continua a ser o pequeno ensaio de Paul Lafargue (1842-1911), "O Direito à Preguiça" (1880). "Trabalhem, trabalhem, proletários, para aumentar a fortuna social e suas misérias individuais; trabalhem, trabalhem, para que, tornados mais pobres, tenham mais razões ainda para trabalhar e tornarem-se miseráveis. Essa é a lei inexorável da produção capitalista".
Para Lafargue, o trabalho é invenção relativamente recente, uma vez que os antigos gregos desprezavam o trabalho e deliciavam-se com os "exercícios corporais" e os "jogos de inteligência". Ele critica a moral cristã ao proclamar o "ganharás o pão com o suor do rosto" e ao lembrar que Jeová, "depois de seis dias de trabalho, repousou por toda a eternidade".
Robert Louis Stevenson (1850-94), na "Apologia dos Ociosos" (1877), mostra que o ócio "não consiste em nada fazer, mas em fazer muitas coisas que escapem aos dogmas da classe dominante".
MELANCOLIA A tradição relaciona a melancolia e o devaneio à preguiça. Nisso, mais uma vez, igreja e capital estão juntos. O trabalho é o grande meio que a igreja encontrou para lutar contra a melancolia e a vertigem do tempo livre. Seu lema sempre foi "Rezai e trabalhai", ou seja, só abandonar a oração quando as mãos estiverem ocupadas.
Lemos em um ensaio de Jean Starobinski sobre a melancolia -"A Erupção do Diabo-" que o trabalho tem por efeito ocupar inteiramente o tempo que não pode ser dado à oração e aos atos de devoção: "Sua função", escreve ele, "consiste em fechar as brechas por onde o demônio poderia entrar, por onde também o pensamento preguiçoso poderia escapar". Assim, o trabalho interrompe o "vertiginoso diálogo da consciência com seu próprio vazio".
A crítica que Jean-Jacques Rousseau (1712-78) faz ao trabalho não é diferente. Na sétima caminhada dos "Devaneios de um Caminhante Solitário" (1782), ele busca a solidão, mas procura trabalhar tudo o que o cerca, escolhendo o mais agradável. Não escolhe os minerais porque, escondidos no fundo da terra "para não tentar a cupidez", exigem indústria, trabalho, pena e exploração dos miseráveis nas minas.
As plantas não. A botânica é o estudo de um "ocioso e preguiçoso solitário": "Ele passeia, erra livremente de um objeto a outro, passa em revista cada flor... Há, nesta ociosa ocupação, um charme que só se sente na plena calma das paixões, o que basta para tornar a vida feliz e tranquila. Mas, quando se mistura aí um motivo de interesse ou vaidade, seja para ocupar espaços, seja para escrever livros, ou quando se quer aprender apenas para se instruir ou pesquisar as plantas apenas para se tornar professor, todo o charme da tranquilidade se desfaz; [...] no lugar de observar os vegetais na natureza, ocupa-se apenas com sistemas e métodos".
O que importa hoje, talvez, é propor a luta do progresso contra o progresso; isto é, a valorização do progresso do espírito, a valorização dos valores contra o progresso técnico, esta "ilusão que nos cega". Eleger a quietude, o silêncio e a paciência para conhecer e aprofundar indefinidamente as coisas dadas.
Eis o ócio que Karl Kraus (1874-1936) nos propõe: "Se o lugar aonde quero chegar só puder ser alcançado subindo uma escada, eu me recusarei a fazê-lo. Porque lá aonde eu quero realmente ir, na realidade já devo estar nele. Aquilo que devo alcançar servindo-me de uma escada não me interessa".
"O que importa hoje, talvez, é propor a luta do progresso contra o progresso; isto é, a valorização do progresso do espírito, a valorização dos valores"
"Além de praticar crime contra a sociedade do trabalho, o preguiçoso comete pecado capital. Pela lógica do mundo do trabalho e da igreja, deve sentir-se culpado"
"O trabalho meditativo do ocioso é sem finalidade, sem "telos", um trabalho sem fim; exige muito mais trabalho do que o trabalho mecânico"
"O trabalhador é fixado no aparelho produtivo, no qual "o tempo da vida está submetido ao tempo da produção". O trabalho sequestrou o tempo"
http://www1.folha.uol.com.br/
sábado, 16 de julho de 2011
Descobertas
sábado, 2 de julho de 2011
Como é conviver com um diagnóstico assustador
domingo, 12 de junho de 2011
Isto é esperança...
Aprendemos muito com os amigos. Quem prescinde desse aprendizado é um solitário, ou quer ficar encimesmado no que já sabe, sem ver que devido à diversidade, somos aprendizes uns dos outros. Discutir idéias é algo muito saudável.
Conversei com um amigo que falou uma frase consagrada e conseguiu dar-lhe um tom capaz de fazê-la fugir do lugar comum: - Hoje percebi que “um novo mundo é possível”, e passou a contar-me duas experiências marcantes, as quais vou tentar contar aqui. Estávamos teclando, mas, mesmo assim, foi como se eu o visse engasgado de emoção ao relatar a criação de uma cooperativa composta só de surdos, uma serigrafia. Ele contou-me de forma comovida que ele não é pessoa de se emocionar, mas que esse evento amoleceu seu coração.
A outra experiência diz respeito a uma reunião de que participou do projeto Justiça Comunitária de Passo Fundo, que busca a paz e a cidadania, que visa a democratização do acesso à justiça, por meio da mobilização e capacitação de agentes comunitários, preparados para a gestão de conflitos. O projeto está vinculado ao PRONASCI (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), que está sendo implementado e executado em uma parceria entre a Prefeitura Municipal e a Faculdade de Direito da Faculdade Meridional – IMED.
O relato do meu amigo, entre outras coisas, fez com que eu revisse os candidatos a agentes comunitários que conheci lá no Bairro Zácchia e lá no Bairro Valinhos. Assim como a ele, impressionou-me a simplicidade, a inteligência e o profundo sentimento de compaixão que os move. Pude rever, como num filme, a minha amiga professora Rejane da Escola Municipal do Bairro Zácchia, uma locomotiva que arrasta junto consigo um mundo de gente boa, honesta, solidária e transforma-os em colaboradores do “novo mundo possível”. Vi também minha amiga Claudia Furlanetto e seus amigos surdos, tomando iniciativas e ajudando pessoas para a vida.
Compreendi por que o meu amigo estava impressionado, pois muitas vezes já me senti assim, cheia de esperança, cheia de fé, cheia de entusiasmo, vendo tanta coisa sendo feita e que passa desapercebida por parte da maioria das pessoas.
Entristece-me a fala tão comum de que nenhum político presta, de que não se faz nada pelo povo, de que estamos abandonados à própria sorte. As ações de prevenção de violência que temos em nossa cidade são muito consistentes. Podemos começar com as muitas ações na sócio educação em favor dos adolescentes em conflito com a Lei. Temos trabalhos neste sentido desenvolvidos pelo CEDEDICA, pela Leão XIII, pelos Voluntários Sociais. Nas medidas protetivas podemos citar o Fórum Permanente Por Um Ambiente de Paz na Família e na Escola, um projeto desenvolvido há anos por muitas entidades e voluntários. Temos o PROMAD, o GIEP, a Escola de Pais do Brasil, a AVOCE – Associação de Voluntários Cidadãos Entusiastas, assim como muitas outras entidades e órgãos públicos imbuídos em promover o bem estar e a pacificação das pessoas.
Quero dizer ao meu querido amigo que ele não está sozinho no seu sentimento de esperança, de otimismo e de alegria pela competência do nosso povo em organizar-se e trabalhar olhando para o mundo todo, mas agindo no único lugar onde temos como fazer a diferença: aqui e agora!
quarta-feira, 25 de maio de 2011
QUINTA-FEIRA, 21 DE ABRIL DE 2011
Cada criança tem seu monstro da guarda
domingo, 22 de maio de 2011
sexta-feira, 6 de maio de 2011
sexta-feira, 29 de abril de 2011
“Você não pode tocar em mim.”
Visitei uma escola ontem onde presenciei algo que me chocou. Uma professora foi torturada durante três períodos de aula, por uma aluna munida de uma câmara fotográfica. A provocação de que a professora foi alvo, remeteu-me imediatamente ao caso do professor acusado de agredir uma aluna, nesta semana.
O relato pungente do professor em uma entrevista deu-nos conta de que também foi provocado à exaustão, até tomar a atitude de conter – uma atitude normal – à pessoa que perturbava sem parar.
Questionei a direção da escola sobre que atitude deveria ser tomada para restabelecer a autoridade, o que rendeu uns belos minutos de ponderações e, principalmente, de queixas.
Uma discussão dessas fatalmente vai parar no Estatuto da Criança e do Adolescente, o que me causa estranhamento, por entender que a Lei ainda não foi bem entendida em sua dimensão filosófica. Ainda se pensa que os adultos estão à mercê da sanha de crianças, pois ficam sem as mínimas condições de exercerem autoridade.
Lembro-me sempre dos pais com quem convivo nos trabalhos voluntários, sedentos de entender o fenômeno de ver as crianças serem consideradas cidadãs. Ouvi muitos pais assustados, até mesmo revoltados, falando a seus filhos que o Estado havia-lhes usurpado os mecanismos para educá-los e que daí pra frente os filhos é que mandariam
É evidente que a aluna da escola que visitei estava copiando o que havia visto na mídia. É evidente que as atitudes dela podem ser caracterizadas como abuso moral contra sua professora. É evidente que a professora estava sendo premeditadamente torturada. O que ela dizia, ilustra o senso comum: “Você não pode tocar em mim!”
Nós adultos somos capazes de reconhecer quando uma criança está fazendo birra, quando está com muita raiva, quando está fora de si, quando está fora de controle. Todos nós temos obrigação de conter atitudes violentas. Segurar uma criança não é uma atitude violenta, mas está prevenindo outras atitudes violentas. Será que isso caiu em desuso e ficamos inertes diante de alguém que foi ensinado que está com todos os poderes e pode aprontar o que quiser?
Devemos crer que os Conselheiros Tutelares, que os Promotores, que os Juízes, que os gestores tenham cérebro, que tenham inteligência suficiente para discernir entre o que é violência e o que é uma atitude amorosa de contenção de atitudes aberrantes. Bullying – palavra moderna – não acontece só entre iguais e foi isso que aconteceu com os dois professores. Sempre que algo se encaminha para a violência, para a falta de respeito, parta de quem partir, deve ser contido, parado na hora.
Solidarizo-me com os professores e com as professoras, também com os meninos e meninas que, equivocados, tomam atitudes erradamente aprendidas.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Texto publicado na Revista Somando da Rádio Planalto
quarta-feira, 27 de abril de 2011
terça-feira, 26 de abril de 2011
Casamento
terça-feira, 5 de abril de 2011
Bairro Valinhos - Escola Sebastião Rocha

sexta-feira, 1 de abril de 2011
Justiça Comunitária - Compre essa idéia!
terça-feira, 15 de março de 2011
Estamos esperando um menino.
sábado, 12 de março de 2011
Para que escrever?
Há pessoas para as quais uma folha em branco é uma tortura, para outras, é um desafio e para outras ainda, um prazer indescritível.
Shoppenhauer em seu livro A Arte de Escrever fala-nos a respeito de emitirmos nossas próprias idéias, abstendo-nos de só nos apropriarmos das idéias dos outros. Isso dá muito o que pensar em tempos de Google, em tempos em que o conhecimento está logo ali, ao alcance por um clique.
Em conversas com professores ouvimos as queixas de que os alunos copiam, sendo que alguns desses professores lançam mão do recurso de não receber trabalhos digitados, mas escritos à mão, garantindo assim que, ao invés do CTRLc e CTRL v, eles ao menos leiam e escrevam o conteúdo do trabalho.
Mesmo reconhecendo o avanço que a internet nos proporciona, sabemos também, que ler e escrever são ferramentas que nos levam adiante com muito mais qualidade, com capacidade de criar, de ter senso crítico, de ter idéias próprias, a ponto de conseguirmos nos comunicar com o mundo de forma a alimentar com nossa produção esse mundo virtual. O contrário certamente é uma distorção. É claro que devemos lançar mão de sites para usá-los das mais diversas formas e para os mais diversos motivos. O que não podemos fazer é esquecermos que somos pessoas únicas, com idéias inconfundivelmente nossas e é isso que torna tudo tão rico. A subjetividade não pode ser ofuscada, ou melhor, anulada com a cópia, com o plágio.
Foi pensando nessas coisas e em muitas outras, que a Academia Passo-Fundense de Letras, lança pela quarta vez, um concurso literário dirigido aos estudantes do ensino médio de todas as escolas da nossa cidade. Trata-se do Concurso Literário RACHEL DE QUEIROZ: A GRANDE DAMA BRASILEIRA DAS LETRAS, que tem por objetivo despertar nos jovens estudantes o prazer pela leitura e o culto à memória dos escritores brasileiros culminando na produção de diferentes gêneros literários, assim como, visa incentivar o fortalecimento e a expansão da cultura. A Academia, assim, cumpre sua função social e comunitária.
As escolas de ensino médio receberão o projeto e o regulamento nos próximos dias, para que possam preparar com qualidade seus estudantes para a participação neste importante concurso. A premiação dos trabalhos de maior destaque será um livro produzido a partir de suas contribuições, lançado na Academia, na Jornada Nacional de Literatura e na Feira do Livro, quando terão oportunidade de autografá-lo e apresentá-lo às suas famílias, aos amigos e à comunidade passo-fundense.
Esperamos receber muitas contribuições inéditas, criativas, bonitas, para que possamos proporcionar à nossa sociedade mais uma obra, dessa vez, produzida por jovens, que figurará com destaque em nossas bibliotecas. Queremos ver alegria e orgulho genuínos, não só por parte dos autores, mas da nossa parte também, que acreditamos que podemos contar com o apoio de todas as pessoas apaixonadas por literatura.
Publicado em Diário da Manhã de 17 de março de 2011
segunda-feira, 7 de março de 2011
Academia de Letras

ACADEMIA PASSO-FUNDENSE DE LETRAS
Fundada em 07 de Abril de 1938
Sede própria – Avenida Brasil Oeste, 792
99010-100 –
PROJETO LITERÁRIO DA ACADEMIA PASSO-FUNDENSE DE LETRAS - 2011
DESTINADO AOS ALUNOS DE ENSINO MÉDIO DAS ESCOLAS DE
1- TÍTULO
Concurso Literário: “RACHEL DE QUEIROZ: A GRANDE DAMA BRASILEIRA DAS LETRAS”
REGULAMENTO
CAPÍTULO I – SOBRE A PROMOÇÃO
Artigo 1 – O Projeto Literário destina-se a incentivar a leitura e a correta utilização da língua portuguesa, baseando-se na vasta produção literária de Rachel de Queiroz, assim como cumprir a missão comunitária e social que a Academia Passo-Fundense de Letras tem com a comunidade.
Parágrafo Único - O Projeto visa também, conhecer o talento, a criatividade e o gosto pela leitura, do público alvo: os estudantes do ensino médio da nossa cidade.
CAPÍTULO II – SOBRE OS OBJETIVOS
Artigo 2 – Despertar nos estudantes do ensino médio de Passo Fundo, o prazer pela leitura e o culto à memória dos escritores brasileiros culminando na produção de diferentes gêneros literários.
Parágrafo Único – Provocar a aproximação da comunidade escolar com a Academia Passo-Fundense de Letras.
CAPÍTULO III – SOBRE O PÚBLICO ALVO
Artigo 3 – O concurso literário destina-se aos estudantes do ensino médio das escola públicas e particulares de Passo Fundo.
CAPÍTULO III – SOBRE A MODALIDADE DOS TRABALHOS
Artigo 4 – Serão aceitos e avaliados os textos inéditos, produzidos em no mínimo duas laudas e no máximo quatro laudas
Parágrafo único – Os textos poderão ser: a) resenhas das principais obras da autora; releitura poética de qualquer gênero das obras da autora; e, textos criativos relacionados à vida e à obra da autora.
CAPITULO IV – SOBRE A REALIZAÇÃO
Artigo 4 – O concurso terá as seguintes etapas:
a) – Cabendo à APL – apresentar o projeto a todas as escolas de ensino médio; avaliar, selecionar e publicar os trabalhos encaminhados pelas escolas, destacando os 10 mais bem elaborados.
b) – Cabendo às Escolas – incluir o Projeto Concurso Literário – Rachel de Queiroz – Dama Brasileira das Letras – no seu plano político pedagógico; divulgar e incentivar todos os alunos a participar do projeto.
c) – Cabendo aos Professores de Língua Portuguesa e Literatura e Redação – aplicar o projeto no decorrer das aulas do primeiro semestre de 2011; preparar os alunos para a produção de resenhas, prosa e releitura poética a partir das obras de Rachel de Queiroz; avaliar os trabalhos dos três níveis do ensino médio, e enviar os de maior destaque à APL dentro do prazo previsto no cronograma.
CAPÍTULO V – SOBRE A PREMIAÇÃO
Artigo 5 – Para todos os alunos destacados pela escola: diploma de menção honrosa e um exemplar do livro com a coletânea dos dez textos que mais se destacaram; aos dez trabalhos de maior destaque: menção honrosa e 5 exemplares da coletânea, assim como espaço para sessão de autógrafos.
CAPÍTULO VI – SOBRE A COMISSÃO JULGADORA
Artigo 6 – A comissão julgadora será composta por membros da Academia Passo-Fundense de Letras e por pessoas da sociedade aptas para a tarefa.