quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Outra conversa interessante

Fui chamada a conversar com pais, professores e alunos de uma escola pública estadual, por causa da semana da família. Fomos a Rita e eu para mais uma conversa interativa, onde todo mundo deveria poder opinar para trocamos idéias, como sempre. Eis que, surpresa, vejo um salão ser invadido por um monte de crianças barulhentas e alguns professores. Fomos muito bem recebidas pela direção e fui colocada à frente daquela platéia estranha para mim, acostumada que estou a interagir com pais e eventualmente com professores. Foi difícil encontrar um ponto de identificação de olho no olho, fato que me é fácil comumente. Após alguns pedidos de atenção, conseguimos uma forma harmoniosa para podermos falar sobre qualidade em educação. Pude contar pra eles minhas experiências e o que penso sobre o assunto e minha proposta de uma virada no comportamento dos atores da educação atual. Consegui contar a eles sobre a hora nobre da sala de aula e da figura do professor como um facilitador do aprendizado; sobre a necessidade de se estudar com afinco e de se procurar alguma forma de concentração para que se estude efetivamente; sobre a necessidade de ler muito e de se aproveitar as oportunidades de leitura que a cidade oferece, como a Jornada de Literatura e do Festival de Folclore, que é leitura por excelência; sobre a necessidade de a comunidade escolar toda elaborar regras de conduta para que, elaboradas por todos, sejam seguidas à risca, o que acabaria com a impunidade e a falta de interesse; conversamos sobre muita coisa, o que foi uma surpresa para mim. O que me entristeceu foi o fato de uma menina bem da frente sempre tentar responder as perguntas e ser contida pelos colegas, com desdém, com crueldade. Não me contive várias vezes e disse para o menino que mais torturava a menina: "ela é sua colega, não faça assim." Ao fim do trabalho, contaram-me que a menina sofre intimidação por parte de toda a turma, o que configura uma clara situação de bullying. No pátio do recreio, ela andava de braço dado com um funcionário da escola como a se proteger, o que se mostrou inútil. Logo, logo, ela estava toda escabelada pelos tapões que recebia na cabeça de meninos que batiam e saíam correndo. Uma tristeza! Esta é uma situação que necessita ser solucionada, e logo. A menina tem o direito de ser tratada com respeito e o que está acontecendo com ela é uma grande quebra de direitos. Mas, no geral, correu tudo bem e tivemos mais uma rica experiência de vida.

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