Fui chamada a conversar com pais, professores e alunos de uma escola pública estadual, por causa da semana da família. Fomos a Rita e eu para mais uma conversa interativa, onde todo mundo deveria poder opinar para trocamos idéias, como sempre. Eis que, surpresa, vejo um salão ser invadido por um monte de crianças barulhentas e alguns professores. Fomos muito bem recebidas pela direção e fui colocada à frente daquela platéia estranha para mim, acostumada que estou a interagir com pais e eventualmente com professores. Foi difícil encontrar um ponto de identificação de olho no olho, fato que me é fácil comumente. Após alguns pedidos de atenção, conseguimos uma forma harmoniosa para podermos falar sobre qualidade em educação. Pude contar pra eles minhas experiências e o que penso sobre o assunto e minha proposta de uma virada no comportamento dos atores da educação atual. Consegui contar a eles sobre a hora nobre da sala de aula e da figura do professor como um facilitador do aprendizado; sobre a necessidade de se estudar com afinco e de se procurar alguma forma de concentração para que se estude efetivamente; sobre a necessidade de ler muito e de se aproveitar as oportunidades de leitura que a cidade oferece, como a Jornada de Literatura e do Festival de Folclore, que é leitura por excelência; sobre a necessidade de a comunidade escolar toda elaborar regras de conduta para que, elaboradas por todos, sejam seguidas à risca, o que acabaria com a impunidade e a falta de interesse; conversamos sobre muita coisa, o que foi uma surpresa para mim. O que me entristeceu foi o fato de uma menina bem da frente sempre tentar responder as perguntas e ser contida pelos colegas, com desdém, com crueldade. Não me contive várias vezes e disse para o menino que mais torturava a menina: "ela é sua colega, não faça assim." Ao fim do trabalho, contaram-me que a menina sofre intimidação por parte de toda a turma, o que configura uma clara situação de bullying. No pátio do recreio, ela andava de braço dado com um funcionário da escola como a se proteger, o que se mostrou inútil. Logo, logo, ela estava toda escabelada pelos tapões que recebia na cabeça de meninos que batiam e saíam correndo. Uma tristeza! Esta é uma situação que necessita ser solucionada, e logo. A menina tem o direito de ser tratada com respeito e o que está acontecendo com ela é uma grande quebra de direitos. Mas, no geral, correu tudo bem e tivemos mais uma rica experiência de vida.
Trocar idéias é o principal mote deste blog. A possibilidade de interação entre mim e os leitores é algo que me mobiliza, me encoraja e instiga a continuar escrevendo. Mas isso não basta, quero dialogar ao mesmo tempo em que quero monologar, construindo uma base para por em ordem meus pensamentos, em forma de desabafo, em forma de registro, em forma de comemoração, em forma de lamento. Convido-os a que me visitem às vezes, que opinem sempre, que vivam comigo coisas parecidas com ss suas.
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