quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Um encontro interessante e revelador na APAE



O mês de agosto caracteriza-se por ser o mês da família. Faço parte de uma entidade que cuida dela, portanto, é em agosto, mais do que nos outros meses, que nos chamam a trocar idéias sobre o assunto nos mais diversos locais.
Este ano, um dos convites partiu da coordenação da APAE, mais precisamente do EJA da APAE, o que nos alegrou muito. Lá fomos nós para mais um contato que, preferimos, seja interativo, o que permite aprendizado mútuo. A Escola de Pais do Brasil caracteriza-se pela interatividade, permitindo que seus membros estejam sempre atualizados sobre o que se pensa e sobre o que se faz em educação de crianças e adolescentes.
Com este espírito ensinante/aprendente dirigimo-nos à APAE e tivemos uma das mais ricas experiências de todos os agostos de que nos lembramos. Trocamos idéias com pessoas especiais e felizes, muito felizes.
Eles sabiam tudo de família, pelo menos tudo o que precisamos saber sobre família. Segundo eles, família é onde se consegue amor e cuidado. A sabedoria que vinha deles, sentia-se, era fruto da não idealização, mas, o que mais marcou, foi a ausência de mágoas do passado e a não projeção de futuro. Eles são felizes no presente, e pronto!
Não consegui saber muito bem quem era adulto e quem era ainda adolescente, pode até ser que fossem todos adultos, por se tratar de um grupo extremamente alegre, e, descobri, pensamos que a alegria seja coisa de criança. Explico: um dos meninos (?) disse que seu pai parece uma criança, já que o espera chegar em casa, ficando atrás da porta pra brincar com ele. Isso foi contado com um orgulho genuíno e com um grau de verdade tal, que vimos a cena nitidamente: o filho chega em casa e já sabe que será “assustado” pelo pai que, de tão feliz, parece uma criança. Lindo, não?
Jamais esquecerei os relatos que ouvi daquele grupo. Ora contavam que tinham irmãos, ora que tinham pais, ora contavam sobre uma sobrinha ainda bebê e tudo isso com um sorriso rasgado no rosto. Sabiam exatamente a quem chamar de família, ficando evidente a qualidade da escola que trabalhou com eles o tema com uma linguagem respeitosa, sem infantilizá-los. Aliás, fui orientada a falar normalmente com eles e foi o que fiz. Não demorou e estávamos tocando idéias e sorrisos, em meio a informações trocadas acerca das olimpíadas, futebol e festival de folclore. Ser do Inter ou do Grêmio para eles não significa rivalidade, mas a mais pura fonte de felicidade.
Ao fim fui presenteada com cartazes, com cartão, com caixinha de madeira, tudo feito por eles e devidamente assinado. Ganhamos muitos e muitos beijos e abraços e a leitura em coro do que haviam escrito nos cartazes. Uma festa! Um encanto!
Gostaria que alguém me dissesse como a gente faz pra agradecer um convite desses.

Texto publicado hoje no Diário da Manhã

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